novobanco. Prémio de 1,6 milhões à equipa de Ramalho

Prémio “teve como base o desempenho individual e coletivo de cada membro”, valor ainda não foi pago. O ainda CEO da instituição financeira auferiu, no ano passado, 410 mil euros.

António Ramalho, que vai abandonar a liderança do novobanco em agosto – sai do cargo dois anos antes do que estava previsto, o seu mandato só terminava em 2024 – recebeu 410 mil euros em 2021: 372 mil euros foram pagos e 38 mil euros têm pagamento diferido. A este valor há que acrescer ainda um prémio de 1,6 milhões de euros à sua equipa, não revelando quantocaberá a cada administrador executivo.

“Para o ano de 2021, a remuneração variável foi atribuída condicionalmente, sujeita à verificação de condições diversas, no montante de 1,6 milhões de euros aos membros do conselho de administração executivo”, diz a instituição financeira, no relatório e contas do ano passado. E este prémio “teve como base o desempenho individual e coletivo de cada membro, avaliado pelo Comité de Remunerações”, mas a sua “atribuição não deu origem a direitos adquiridos e nenhum pagamento foi realizado a estes membros, estando a mesma sujeita à verificação das condições previstas na política de remunerações”.

O relatório diz ainda que “estes valores foram totalmente diferidos” e que “não haverá pagamentos até o final do período de reestruturação e, posteriormente, até às datas previstas”. No entanto, estes valores só serão pagos, depois de as autoridades europeias darem luz verde à conclusão do plano de reestruturação, que ficou fechado no final de 2020.

Esta questão tem estado longe de ser pacífica. Em 2020, foi atribuído um prémio de quase 1,9 milhões de euros à comissão executiva e em 2019 tinha sido de dois milhões. “Esta questão dos prémios não me parece ser uma boa ideia”, chegou a dizer Mário Centeno, governador do Banco de Portugal. Uma crítica semelhante à de João Leão. “Não é adequada a prática de atribuição de prémios de gestão do novobanco”.

A par dos prémios também os pedidos de injeção de capital ao Fundo de Resolução ao abrigo do mecanismo de capital contingente tem criado mau estar, principalmente depois da instituição financeira ter conseguido regressar aos lucros.  Uma situação que levou o Presidente da República a reagir. “Nestes tempos de fim de pandemia ou de transição para a endemia e de guerra, nós dispensamos obras de Santa Engrácia. Dispensamos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.