O militante do Porto, que entregou um pedido de impugnação das diretas do PSD, vai pedir uma audiência com o secretário-geral do partido, José Silvano, adiantou Davide Henrique Cruz. Em declarações ao i, o social-democrata alega que a carta aberta dirigida aos membros de todas as assembleias distritais e regionais do PSD, para que a impugnação seja discutida de forma alargada, não foi entregue a todas as estruturas intermédias.
O militante irá ainda solicitar uma reunião com a diretora do jornal do PSD, o Povo Livre, para esclarecer o motivo deste órgão não ter noticiado o pedido de impugnação.
O Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, presidido por Paulo Colaço, começou a analisar na semana passada o pedido de impugnação apresentado por um grupo de 22 militantes, liderados por Davide Henrique Cruz.
De acordo com o pedido de impugnação, enviado ao presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, com conhecimento ao presidente do PSD e ao presidente do Congresso do PSD, os militantes pedem que sejam anuladas as “deliberações irregulares do Conselho Nacional do PSD de 14 de março”, realizado em Ovar (distrito de Aveiro), por considerarem que não estão de acordo com os estatutos sociais-democratas.
Nessa reunião extraordinária, foram marcadas eleições diretas para 28 de maio para escolher o futuro presidente do PSD e sucessor de Rui Rio e Congresso para 1, 2 e 3 de julho, no Porto.
“O Conselho Nacional apenas poderá fazer usos destas competências quando o mandato do Presidente e Comissão Política Nacional (CPN) tenham terminado ou tenham sido revogados”, lê-se no documento.
No entanto, “como é do foro público e foi transmitido ao Conselho Nacional pelo Presidente da Mesa do Congresso não existiu qualquer demissão dos órgãos nacionais até ao momento“.
Além disso, acrescentam os militantes, “também não foi aprovada qualquer moção de censura ou reprovada qualquer moção de confiança e, encontrando-se os seus membros na plenitude das suas faculdades, não se pode considerar que os respetivos mandatos tenham sido revogados”.
Nesse sentido, defendem que, não tendo sido apresentado uma demissão ou renúncia ao mandato por parte do Presidente e dos membros da Comissão Política Nacional, “apenas poderiam ter sido convocadas as eleições para os órgãos nacionais do PSD em caso de aprovação de moção de censura ou reprovação de moção de confiança, o que não ocorreu até ao momento”.