Um grupo de dirigentes distritais e concelhios do CDS-PP manifestou-se contra o pagamento obrigatório de quotas que Nuno Melo pretende implementar, acusando a direção do partido de querer «reduzir a democraticidade interna».
Realçando que o partido atravessa um «momento extremamente sensível», os subscritores consideram que não há «um plano de recuperação financeira ou sequer uma ideia estratégica» para o ultrapassar.
«Do conjunto de documentos apresentados pela atual direção do partido, apenas se extrai a intenção de implementar o pagamento obrigatório de avultadas e inéditas quotas, sem que se perceba em que medida essa eventual receita acomodaria as despesas orçamentadas», lê-se numa nota subscrita pelos líderes das distritais do Porto, Aveiro, Setúbal, Leiria, Coimbra, Vila Real e Vila Nova de Gaia e das concelhias de Amarante, Loures e da Figueira de Castelo Rodrigo.
Os dirigentes alertam que o pagamento obrigatório de quotas irá traduzir-se «numa significativa redução da participação na vida interna do partido, num decréscimo de militância e, consequentemente, num reduzido impacto nas receitas correntes».
Perante isto, afirmam que a intenção da direção do CDS-PP é «dominar os diretórios, controlar as estruturas distritais e concelhias, reduzir a democraticidade interna e dividir os militantes, desconsiderando o seu maior ativo».
No texto, que é igualmente assinado pelos ex-candidatos à presidência do partido Miguel Mattos Chaves e Bruno Filipe Costa, criticam ai nda o modelo exclusivamente presencial das reuniões do Conselho Nacional, que dizem tratar-se de um «lamentável retrocesso na promoção da ampla participação de todos os conselheiros nacionais, designadamente dos que se encontram mais longe de Lisboa e que são a maioria».
«Todos os que não conseguem dispor do tempo ou dos meios financeiros para se deslocarem à capital num final de tarde de um dia trabalho ficam, pura e simplesmente, excluídos da participação na vida interna do partido», denunciam, argumentando que as reuniões exclusivamente presenciais representam «um regresso ao registo do partido centralista e centralizado».