As hostilidades entre os Institutos Politécnicos do país e o Governo estão abertas. Depois de Manuel Heitor, antigo ministro do Ensino Superior, não ter sido reconduzido no cargo, agora ocupado por Elvira Fortunato, as relações entre os Politécnicos do país e o Executivo ‘azedaram’, sabe o Nascer do SOL, e prova disso foi a representação governamental na tomada de posse de Maria José Fernandes, presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), como presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).
A posse decorreu, na quarta-feira, numa cerimónia no Auditório Nobre do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), e a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, só confirmou a sua presença à última hora, sendo que a ministra da tutela fez-se representar pelo seu secretário de Estado, Pedro Teixeira. Ao contrário do que avançaram alguns meios de comunicação, Ana Catarina Mendes, ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares (cabeça de lista do PS pelo círculo de Setúbal nas legislativas de janeiro), não marcou presença.
Ana Catarina Mendes esteve, sim, na cerimónia de tomada de posse de Ângela Lemos como presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, que decorrer na tarde dessa mesma quarta-feira – o que também não deixa de ser sintomático, uma vez que nesta ocasião também marcou presença a ministra Ana Abrunhosa (ou seja, o Governo fez-se representar por duas ministras, enquanto apenas uma esteve na toma da de posse da nova presidente dos Politécnicos portugueses).
Maria José Fernandes, a primeira mulher a assumir o cargo do CCISP, sucede a Pedro Dominguinhos e tem em mente um grande objetivo: «atrair novos públicos para o ensino politécnico, jovens e adultos». A sua principal missão, agora que está à frente do CCISP, é, garantiu, «ir mais longe no trabalho que vem sendo desenvolvido há anos para atribuir a designação de universidades politécnicas aos institutos politécnicos, permitindo assim a realização de doutoramentos».
O que também não deixou de ter uma leitura para o momento que se vive entre os Politécnicos e o atual Governo foi a homenagem ao ex-ministro do Ensino Superior, que António Costa preteriu em favor de Elvira Fortunato. Manuel Heitor foi agraciado com a Medalha de Ouro de Conhecimento e Mérito do CCISP, que dedicou aos «jovens e familiares que acreditaram no ensino superior politécnico e que hoje transformam empresas com os conhecimentos adquiridos».
O antigo ministro agradeceu ainda aos seus companheiros, que «conseguiram garantir um sistema de ensino diferenciado e de qualidade numa revolução silenciosas».