Até à data, a Rússia rejeitou todas as propostas de retirada de soldados e civis ucranianos que estão ainda na cidade portuária de Mariupol, precisamente na fábrica Azovstal – o único sítio onde permanecem resistentes ucranianos naquela cidade -, afirmou, este sábado, um assessor do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
"Infelizmente, não há resposta do lado russo", indicou Podolyak em entrevista à "Radio Free Europe", na qual considerou que Moscovo tem como objetivo "simbólico" destruir a Mariupol – cidade que está praticamente controlada pelo exército russo -, assim como aqueles que a defendem, fazendo referência ao Batalhão Azov.
De acordo com a agência de notícias espanhola EFE, o assessor Mijailo Podolyak reforçou que Zelensky já pediu a vários “líderes mundiais” que apelassem ao Kremlin para a criação de um corredor humanitário em Mariupol, onde os combates continuam nas redondezas da fábrica metalúrgica Azovstal. No entanto, não há sinais de mudança.
"Todos os dias há artilharia pesada e ataques de caças para destruir Azovstal. Os russos sabem que há crianças lá dentro, mas continuam a bombardear", notou Podolyak.
Na metalúrgica Azovstal, estão cerca de 5.000 combatentes e 1.000 civis, segundo fontes ucranianas, dos quais cerca de 500 estão feridos e sem possibilidade de receber tratamento médico.
De acordo com fontes do Batalhão Azov, integrado no Exército ucraniano, as reservas de alimentos e água vão acabar nos próximos dias.
Por muito que Vladimir Putin, Presidente russo, deseje ficar completamente com Mariupol, Moscovo descartou a possibilidade de lançar um ataque à fábrica para evitar baixas russas, optando assim por sitiar a unidade fabril e impedir o acesso humanitário a quem lá se encontra.
Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou, em conferência de imprensa com o Presidente ucraniano, em Kiev, que as Nações Unidas estão a fazer "todo o possível" para retirar os civis da central.
Por sua vez, Zelensky assegurou que a Ucrânia está "aberta a negociações imediatas", para conseguir um corredor humanitário que permita salvar aqueles que permanecem em Azovstal.