A Dinamarca anunciou esta segunda-feira que vai reabrir a sua embaixada em Kiev, tornando-se assim o primeiro país nórdico a reestabelecer a sua representação diplomática na capital ucraniana desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro.
"É uma demonstração simbólica muito forte de apoio por parte do povo dinamarquês à Ucrânia", disse em comunicado Jeppe Kofod, ministro dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca, que se encontra esta segunda-feira em Kiev.
O diplomata referiu que a situação de Kiev é muito diferente daquele que se verificava antes e que, ao reabrir a embaixada, a Dinamarca vai estar a "dar apoio direto" e ter uma "colaboração direta" com as autoridades locais.
Contudo, Kofod sublinha que a situação ainda não é de normalidade e que o governo de Copenhaga continua a não aconselhar viagens à Ucrânia por causa do confronto. O país junta-se assim aos Estados Unidos, ao Reino Unido e aos Países Baixos que, nos últimos dias, anunciaram a reabertura das suas embaixadas em Kiev.
Mette Frederiksen, a primeira-ministra dinamarquesa, foi uma das primeiras líderes dos países ocidentais a visitar Kiev, tendo, no passado dia 21 de abril, reunido com Volodimyr Zelensky – estando nessa visita acompanhada do chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez.
Além disso, a Dinamarca pretende convocar o embaixador da Rússia para exigir explicações sobre a passagem de um avião de reconhecimento, tendo assim violado o espaço aéreo de um país membro da Aliança Atlântica.
"O embaixador russo foi convocado para se deslocar ao Ministério dos Negócios Estrangeiros esta segunda-feira. É uma nova violação russa do espaço aéreo dinamarquês. Isto é completamente inaceitável e particularmente preocupante tendo em conta a situação atual", escreveu Jeppe Kofod, na rede social Twitter.
O incidente ocorreu na noite de sexta-feira, tendo o avião de reconhecimento russo sobrevoado o espaço aéreo dinamarquês, a leste da ilha de Bornholm, antes de entrar no espaço aéreo sueco – país que pondera pedir adesão à NATO.
Um assessor de imprensa do Ministério da Defesa da Dinamarca disse à agência de notícias AFP que se tratava um avião de reconhecimento que esteve no espaço aéreo do país "por um tempo muito curto", acrescentando que "dois F-16 dinamarqueses intervieram imediatamente".