O início das alegações finais do julgamento para apurar as responsabilidades criminais nos incêndios de Pedrógão Grande, previsto esta quarta-feira no Tribunal Judicial de Leiria, foi novamento adiado. Em causa está a morte da mãe de um dos juízes.
"Com fundamento na impossibilidade de compor o tribunal coletivo em virtude de o excelentíssimo colega se encontrar de licença de nojo, por motivo de falecimento da sua progenitora ontem [terça-feira] à noite, adio (…) a continuação da presente audiência para o dia 18 de maio, pelas 09h30", esclareceu Maria Clara Santos, presidente do coletivo de juízes. E remata: "São as contingências de o tribunal ser constituído por pessoas e não por máquinas."
O coletivo foi informado do "infeliz acontecimento" por volta da meia-noite, diz a magistrada judicial, tendo sido impossível informar alguém.
As alegações estavam inicialmente previstas para começar no dia 4 de maio, mas foram adiadas para hoje, devido a um dos juíz do coletivo ter testado positivo à covid-19.
O julgamento, recorde-se, servirá para apurar responsabilidades nos incêndios de Pedrogão Grande, em junho de 2017. Morreram 63 pessoas e outros 44 ficaram feridas, de acordo com os dados apurados pelo Ministério Público.
São, no total, 11 arguidos: o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, na altura responsável pelas operações de socorro, dois funcionários da antiga EDP Distribuição (atual E-REDES) e três da Ascendi, e os ex-presidentes das câmaras de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, e Castanheira, Fernando Lopes. Também o presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, foi acusado, assim como o antigo vice-presidente da Câmara de Pedrógão Grande, José Graça, e a então responsável pelo Gabinete Florestal deste município, Margarida Gonçalves.