A subida nos diagnósticos de covid-19 nos últimos dias fez soar alertas – depois de 20 mil casos na segunda-feira, foram quase 25 mil esta terça-feira. Mesmo sabendo-se que as infeções pudessem aumentar com o alívio das máscaras, esta evolução foi além do que estava a ser antecipado pelos peritos que dão apoio ao Governo e estará associada à circulação da nova linhagem da Omicron, BA.5, mais transmissível, que está a caminho de tornar-se dominante no país. O último relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, divulgado ontem, estima que, a 8 de maio, já representava 37% dos casos. Portugal é de resto dos países com mais sequências feitas a nível global. Segundo i apurou, o agravamento da situação epidemiológica, já a refletir-se na mortalidade, levou ontem à convocação de uma reunião no Ministério da Saúde para discutir os próximos passos, com a presença da DGS. O Governo deverá aprovar já esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, novas medidas, entre as quais uma retoma da comparticipação de testes, uma das medidas alteradas recentemente, podendo também vir a ser antecipado o reforço vacinal para a população mais vulnerável, que já tinha sido deixado em aberto pela DGS.
A proximidade de eventos com grande concentração de pessoas, desde logo o 13 de Maio em Fátima, que há um ano foi vivido com lotação máxima de 7500 pessoas no recinto, mesmo havendo na altura 40 vezes menos diagnósticos e também muito menos mortes, que têm estado a acontecer entre a população muito idosa, com uma idade média perto dos 90 anos, é uma das preocupações. Mas também os festejos do futebol, da final do Campeonato este fim de semana à final da Taça de Portugal no dia 22 de maio, causam apreensão, sobretudo pela grande concentração de pessoas nos festejos que, mesmo sendo de faixas etárias mais novas, podem contribuir para uma transmissão do vírus aos mais idosos. Neste caso, a estratégia deverá passar pelo reforço da sensibilização para a necessidade de manter medidas de precaução em relação aos mais vulneráveis, com atenção especial para os lares e unidades de cuidados continuados. Questionada pelo i desde domingo, a DGS ainda não fez um balanço de surtos ativos nas instituições.