Um total de 470 migrantes resgatados no Mediterrâneo pelo navio da organização "Geo Barents", resultado de sete operações realizadas entre 9 e 11 de maio, ainda estão à espera por um porto seguro para poderem desembarcar, informaram esta segunda-feira os Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Em comunicado, a ONG explica que os migrantes estão fisica e psicologicamente vulneráveis e precisam de desembarcar num lugar seguro. "A maioria sofreu abusos físicos de vários tipos, incluindo violência sexual e trabalhos forçados. Quatro deles embarcaram na viagem no Mediterrâneo com fraturas nos ossos, resultado de ferimentos infligidos durante a sua passagem pela Líbia", pode ler-se.
Um dos sobreviventes, atualmente a bordo do "Geo Barents", sofre de diabetes e precisa de insulina. Mas não tem medicação há várias semanas. Outros dois refugiados sofreram de episódios psicóticos, disse ainda a MSF.
"É incompreensível que, depois de todos estes anos de travessias migratórias mortais no Mediterrâneo, organizações como a nossa assumam o principal peso de salvar vidas no mar", disse Juan Matías Gil, chefe da missão de busca e resgate da MSF. "Pelo menos 24.000 pessoas afogaram-se ou desapareceram oficialmente desde 2014, mas, mesmo assim, a Europa continua a fechar os olhos ao que está a acontecer na sua fronteira sul".
Desde o início do ano, sublinhe-se, chegaram às costas italianas um total de 12.165 migrantes.