Não há qualquer negociação que esteja a decorrer agora entre a Rússia e a Ucrânia, garantiu o vice-ministro russo, Andrey Rudenko, ao afirmar que Kiev “abandonou de vez” o diálogo.
"As negociações pararam. A Ucrânia abandonou de vez o processo de diálogo", disse, esta terça-feira, Rudenko à agência Interfax, ao notar que as conversações – que começaram em fevereiro – estão por enquanto interrompidas entre os dois países.
De sublinhar que ainda hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, criticou Washington e Londres por “terem guiado” a Ucrânia durante as rondas de negociações anteriores com a Rússia.
Desta forma, as negociações estão suspensas há mês e meio, após se terem intensificado os combates em Mariupol e ainda terem sido descoberto as atrocidades cometidas em Bucha.
A última ronda de diálogo presencial entre os delegados de cada país aconteceu em Istambul, no dia 29 de março. Neste encontro, os países chegaram a pequenos acordos, que não sortiram qualquer efeito, pois nas semanas seguintes verificou que os pedidos continuavam por cumprir.
Já no dia 9 de maio, o chefe negociador russo, Vladimir Medinsky, assegurou que as negociações à distância continuaram e "não pararam".
Hoje é o 82.º dia da guerra na Ucrânia. Causou mais de 14 milhões de fugas – cerca de oito milhões de pessoas que se deslocaram internamente e mais de 6,1 milhões para países fronteiriços -, segundo os dados mais recentes da ONU. Há cerca de 15 milhões de pessoas que precisam de assistência humanitária, reportam também as Nações Unidas.
De acordo com os dados de segunda-feira, a guerra provocou a morte de 3.668 civis e 3.896 feridos. No entanto, estes valores podem ser muito superiores e apenas serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas sob intensos combates.