A 10.ª etapa da Volta a Itália culminou em momento histórico, não só para a prova – que vai na sua 105.ª edição – mas também para o mundo do desporto africano. Biniam Girmay (Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux) tornou-se no primeiro atleta africano negro a vencer uma etapa numa grande volta. No sprint final do percurso de quase 200 quilómetros entre Pescara e Jesi, o eritreu de apenas 22 anos saiu vitorioso da luta renhida com o neerlandês Mathieu van der Poel (Alpecin-Fenix), que ficou em segundo lugar, e o italiano Vincenzo Albanese (EOLO Kometa), terceiro.
A emoção foi tanta que as celebrações do ciclista terminaram, infelizmente, com uma ida ao hospital. Quando abriu a tradicional garrafa de prosecco, no pódio, a rolha saiu disparada a alta velocidade, acertando no seu olho, obrigando-o a falhar a conferência de imprensa que tinha marcada para falar com a comunicação social. Grimay foi, aliás, enviado a um hospital local para melhor avaliar os danos feitos pelo acidente com a rolha da garrafa de vinho espumante. “Um dia extraordinário. Estou estupefacto”, reagia, ainda antes do acidente, o ciclista eritreu. “Venci a minha primeira etapa na minha primeira ‘grande’. Isto é uma grande história para mim e para todos os africanos. Já sabemos que tudo é possível”, continuou.
Na mesma etapa, o português João Almeida (UAE Emirates) cruzou a meta em nono lugar, mantendo o segundo posto na classificação geral, a 12 segundos do espanhol Juan Pedro López (Trek–Segafredo), que segue na frente vestindo a camisola rosa. Hoje, a 11.ª etapa segue um percurso praticamente plano de 203 quilómetros entre Santarcangelo di Romagna e Reggio Emilia, que costuma ser terreno fértil para os ciclistas especializados no sprint.