Os pais de Brian Laundrie defendem a sua decisão de permanecer em silêncio durante o desaparecimento de Gabby Petito, afirmando que "é aquilo que a maioria das pessoas faria e deveria fazer em tal situação". Os comentários foram feitos numa moção para rejeitar o pedido em resposta a uma ação dos pais de Petito, Joseph Petito e Nichole Schmidt, que decidiram processar os progenitores do homicida por "inflição intencional de sofrimento emocional".
Os Petito garantem que Roberta e Christopher Laundrie sabiam que a sua filha havia sido assassinada, mas ocultaram a informação e até tentaram ajudar o filho a fugir do país. Apresentado em março, o processo civil alega que Brian Laundrie disse aos seus pais "que ele assassinou Gabrielle Petito" um dia após a morte da jovem de 22 anos. Enquanto os pais de Petito estavam "desesperadamente à procura de informações sobre a sua filha", os pais de Laundrie "mantinham o paradeiro de Brian Laundrie em segredo e, acredita-se, estavam a preparar tudo para que ele deixasse o país".
O advogado dos Laundrie, P. Matthew Luka, defendeu o silêncio dos clientes, dizendo que não falar constitui um "direito constitucional". "A decisão dos Laundrie, de exercer os seus direitos constitucionais ao silêncio, privacidade e aconselhamento, e ter o seu advogado a falar por eles sob tais circunstâncias difíceis e pressão dos media, não poderia estar mais longe de uma conduta extrema ou que vai além de todos os limites da decência", lê-se na moção de 21 páginas.
"O evento subjacente ou o crime em si, cometido por outra pessoa, pode ser ultrajante, mas recusar-se a falar ou comunicar sobre isso não é. A morte de Gabby Petito é, sem dúvida, trágica e os seus pais merecem solidariedade", escreveu Luka. "No entanto, a dor dos pais causada pelo desaparecimento e perda final de uma criança não cria uma causa de ação contra todos que podem ou não ter informações sobre o desaparecimento ou morte dessa criança", clarificou.
Recorde-se que, no verão passado, Petito, 22, e Laundrie, 23, estavam a documentar a sua viagem pelas redes sociais quando Laundrie voltou para casa sem Petito no dia 1 de setembro, levando o FBI a entrar em ação. A 19 de setembro, Petito foi encontrada morta no Parque Nacional de Wyoming, nos EUA. Um médico legista determinou estrangulamento como a causa da sua morte em outubro, sendo que, em meados de setembro, Laundrie – cuja causa de morte terá sido o suicídio – desaparecera por duas semanas antes dos seus restos mortais serem encontrados numa reserva natural da Flórida no mês seguinte.