Dois arguidos foram esta quarta-feira apresentados a interrogatório por suspeitas da prática de dezenas de crimes de burla e de abuso de cartão de crédito, tendo um deles ficado em prisão preventiva, por ilícitos que lesaram em cerca de 140 mil euros idosos entre os 80 e os 90 anos.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral Regional de Lisboa (PGDL) adiantou que o Ministério Público (MP) apresentou a primeiro interrogatório os dois detidos, um deles "indiciado pela prática de 29 crimes de burla qualificada, dois na forma tentada, 27 de abuso de cartão de garantia ou de cartão, dispositivo ou dado de pagamento, um dos quais na forma tentada, um crime de coação e um crime de branqueamento".
De acordo com o MP, "resulta indiciado" que este arguido, que ficou em prisão preventiva, "abordava pessoas com idades compreendidas entre os 80 e os 90 anos, apresentando-se como funcionário do banco onde as vítimas tinham conta e, alegando que os respetivos cartões bancários tinham caducado, conseguia que estas lhe entregassem os mesmos, bem como os respetivos códigos secretos".
Em seguida, o arguido fazia levantamentos, transferências e compras com os cartões, tendo-se ficado com um total de quase 140 mil euros.
A PGDL escreve ainda que, numa das situações, o detido agiu em conjugação de esforços e intentos com o segundo arguido, o qual se encontra indiciado pela prática, em coautoria, de um crime de burla qualificada e de um crime de abuso de cartão de garantia ou de cartão, dispositivo ou dado de pagamento.
Na sequência do interrogatório, foi aplicada pelo juíz de Instrução Criminal ao primeiro arguido a medida de coação de prisão preventiva e ao segundo arguido apresentações periódicas.