A Ryanair prevê ter tarifas entre 8% a 9% mais elevadas este verão, em julho e agosto, “arrastada” pela concorrência que está a subir os preços face aos aumentos do combustível, prevendo, ainda assim, operar mais 115% do que antes da pandemia. Estas subidas, segundo Michael O’Leary, devem-se “em grande parte ao custo mais elevado do combustível na concorrência, que aumentam as tarifas para pagar o combustível mais elevado”, e apesar “cobrirmos o nosso combustível, estamos a ver as nossas tarifas serem arrastadas pelas dos concorrentes”, disse o CEO da companhia área low-cost.
Ainda assim, o responsável pela companhia aérea irlandesa de baixo custo pretende “manter as tarifas baixas”, razão pela qual aposta em 70 novas aeronaves este verão e mais 55 aeronaves no próximo inverno. E deixou uma garantia: “Estamos a acrescentar capacidade para manter as tarifas baixas, mas a concorrência está a fazer subir os preços porque estão mal protegidos”.
Já em relação ao verão prevê que esteja a “operar a cerca de 115% do pré-covid-19”, dado estar a “crescer muito fortemente”, garantindo que a expectativa da companhia aérea é ainda que, este verão, os destinos portugueses sejam dos mais procurados na Europa.
Decisão sobre slots A Ryanair disse ainda que está à espera de uma decisão sobre o concurso de alienação de 18 slots diários da TAP no aeroporto de Lisboa, após imposição de Bruxelas para aprovar o plano de reestruturação, dizendo ser a candidata “mais fiável”.
Em causa está o facto de a TAP terá de prescindir estes 18 slots no aeroporto de Lisboa, após imposição da Comissão Europeia para dar aval ao plano de reestruturação e à ajuda estatal de 2550 milhões de euros para permitir que o grupo regressasse à viabilidade, impondo compromissos com o objetivo de não prejudicar a concorrência europeia.
Já quando questionado sobre as esperas prolongadas para os passageiros no aeroporto de Lisboa, Michael O’Leary garante que o mesmo acontece noutros países da União Europeia devido à falta de pessoal, vendo o aeroporto do Montijo como uma solução. A estimativa do responsável é que “o número de funcionários melhore durante o próximo mês ou dois”, embora reconheça que “há muitos pontos de estrangulamento na segurança dos aeroportos e de manuseamento em muitos aeroportos por toda a Europa”.
Greve em breve Entretanto, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) emitiu um pré-aviso de greve ao trabalho na Ryanair nos dias 24, 25 e 26 de junho. “A Ryanair, após não conseguir chegar a acordo com o SNPVAC exclusivamente por exigirmos que o Acordo de Empresa negociado deveria cumprir com as regras estabelecidas na legislação portuguesa, conseguiu negociar e aprovar um AE que integra cláusulas ilegais com outro sindicato”, indicou a estrutura sindical.