A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira que a companhia aérea low-cost Easyjet ganhou a corrida pelos 18 slots diários no aeroporto de Lisboa que a TAP teve de ceder devido às ajudas de Estado devido à pandemia.
“A Comissão Europeia classificou a Easyjet em primeiro lugar entre as transportadoras aéreas que se candidataram à atribuição da carteira com um máximo de 18 slots [faixas horárias diárias] no aeroporto de Lisboa”, refere o executivo comunitário em comunicado.
Com esta decisão, a EasyJet poderá começar a operar novas rotas a partir de 30 de outubro de 2022.
Esta decisão “incentivará a concorrência no setor de aviação europeu, pois permitirá que a easyJet expanda suas atividades neste aeroporto congestionado, contribuindo para preços justos e maior escolha para os consumidores europeus. Isso também ajuda a garantir que o apoio financeiro dado à TAP por Portugal para permitir que a transportadora volte à viabilidade não tenha um efeito negativo indevido no Mercado Único”, defendeu a vice-presidente executiva Margrethe Vestager.
Entretanto, a Comissão Europeia explicou à Lusa que os slots foram atribuídos à EasyJet porque, entre as candidatas, é a que tem “maior capacidade de lugares” até 2025.
Numa reação à decisão da Comissão, a EasyJet congratulou-se com esta notícia e garantiu que, com este resultado “irá tornar-se a companhia aérea número 2 no aeroporto de Lisboa”.
E acrescenta que esta decisão significa que a companhia aérea vai poder oferecer “uma escolha mais vasta de destinos e tarifas acessíveis para as pessoas que viajam de e para a capital portuguesa”, garantindo ainda criação de emprego local.
José Lopes, diretor geral da easyJet Portugal, mostrou-se satisfeito com esta decisão. “Nos últimos dois anos, Portugal provou desempenhar um papel crucial no apoio à nossa estratégia; além de ser um dos destinos preferidos dos nossos clientes em toda a nossa rede”, disse, acrescentando que o facto de a EasyJet se tornar a companhia número 2 de Lisboa “é uma prova da lealdade dos nossos clientes portugueses ao longo dos anos”.
Quem também estava na corrida era a Ryanair cujo presidente executivo, Michael O’Leary, estava convencido de que a sua companhia seria a mais viável para ficar com os slots. “Somos a companhia aérea que demonstrou ou provou ser a única que pode operar estas as faixas horárias”, disse ainda esta semana.
Recorde-se que a TAP foi obrigada a abdicar dos slots no aeroporto de Lisboa para “mitigar possíveis distorções indevidas da concorrência criadas pelo auxílio à reestruturação que recebeu de Portugal, aprovado pela Comissão em dezembro de 2021”, explica Bruxelas. Está em causa um auxílio de 2,25 mil milhões de euros que a Comissão aprovou em dezembro do ano passado e que implicou um plano de reestruturação da companhia portuguesa para reduzir os custos e assegurar a viabilidade.