O mundo corre a passos largos para uma nova era: cada vez mais digitalizada, o que implica também desafios cada vez maiores: a sustentabilidade. E sem deixar nunca ninguém para trás.
Se já não conseguíamos viver sem tecnologia, a pandemia veio reforçar o seu papel no dia-a-dia tanto ao nível pessoal, como empresarial. Como poderíamos ter sobrevivido estes últimos dois anos, como é que as empresas poderiam continuar a manter o seu negócio se não tivéssemos tido acesso a todas estas ferramentas indispensáveis para continuar não só o país, mas também o mundo a funcionar? Uma coisa é certa: se a tecnologia já era importante, a pandemia veio mostrar que, sem ela, possivelmente já não sabemos viver.
A mudança é uma das palavras de ordem, sem nunca esquecer o pilar base da sustentabilidade. Aliás, a ONU definiu a Agenda 2030 com 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável como essenciais para o desenvolvimento da humanidade, sem esquecer o apoio dos líderes mundiais e dos seus povos. Daí, o próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, ter já afirmado que «a tecnologia da informação pode ser um farol de esperança, permitindo que milhões de pessoas em todo o mundo se possam conectar».
É com base nestes motes que o Nascer do SOL – em parceria com a Huawei Portugal e a Altice Portugal – leva a cabo, já esta terça-feira, 21 de junho, a conferência ‘Digitalização e Sustentabilidade’ que vai abordar temas tão importantes como tecnologia e sustentabilidade, não esquecendo, claro, os pilares da sociedade num mundo em constante mudança.
O painel é de luxo. O evento arranca pelas 10h00 e a sua introdução está a cargo de Alcino Lavrador, diretor-geral da Altice Labs.
«Ao longo da história, a tecnologia e a inovação têm sido capazes de criar soluções para os desafios da humanidade», admite o responsável, garantindo que «o grande desafio que enfrentamos atualmente da sustentabilidade humana, ambiental, social e económica, poderá ser ultrapassado com o processo de transformação digital».
Para o responsável, «a gestão dos recursos, a economia circular e a maximização da eficiência nas cidades e empresas, suportadas numa maior capilaridade da conectividade de banda larga, fixa ou móvel, pode ter na digitalização um acelerador, potenciando equidade de acesso à formação, ao emprego e aos cuidados de saúde».
Alcino Lavrador é diretor-geral da Altice Labs, tendo sido antes PT Inovação, hoje Centro de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Grupo Altice. É licenciado em engenharia Eletrotécnica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra em 1985. Começou a sua carreira nesse ano na PT Inovação, como engenheiro de desenvolvimento de Protocolos de Rede e mais tarde de Serviços de Rede Inteligente.
Ocupou várias funções de gestão na empresa e liderou importantes projetos em África e Brasil, de suporte à internacionalização da Portugal Telecom e da PT Inovação, tendo sido nomeado diretor executivo da subsidiária no Brasil em janeiro de 2003. Em agosto de 2006 foi nomeado administrador executivo da PT Inovação até março de 2008, altura em que assumiu a função de presidente executivo.
É coordenador da Comissão de Inovação do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, ocupando ainda funções em diversas entidades portuguesas relacionadas com inovação e TIC e é vice-presidente do Polo de Competitividade nas TIC e Eletrónica – TICE, o cluster das TIC em Portugal.
Tecnologia e Sustentabilidade
O primeiro painel tem início às 10h15 e conta com José Pedro Nascimento, diretor de Engenharia e Operações de Rede da Altice Portugal, Samuel Ferreira, da Huawei Portugal e Rui Aguiar, professor da Universidade de Aveiro e Chair do Steering Board, Networld Europe.
José Pedro Nascimento defende que «a importância da digitalização para as empresas e para a sociedade já estava demonstrada, mas os efeitos da pandemia vieram confirmar que é, de facto, incontornável».
Assim, o responsável acrescenta que, para a Altice Portugal, «a transformação digital é essencialmente uma revolução do ponto de vista social que veio mudar a forma como vivemos, trabalhamos, estudamos e como nos relacionamos». E acrescenta que «a crise pandémica mudou o mundo que é agora, inevitavelmente, diferente. Foi a tecnologia que nos uniu durante o isolamento». O desafio, diz, «consiste agora em garantir que as mudanças introduzidas irão contribuir para uma sociedade mais eficiente e sustentável».
É diretor de Engenharia e Operações de Rede da Altice Portugal. Tem uma carreira de 32 anos ligada à indústria das telecomunicações. Trabalhou em vários operadores em Portugal – entre os quais Marconi, Vodafone, TV Cabo e Portugal Telecom – e também no Brasil, tendo desenvolvido atividade nesse país durante cinco anos, primeiro na Oi, e de seguida como VP de Engenharia da Vivo. Foi também CTO da TIMWE.TECH. É licenciado em Engenharia pelo IST e tem um MBA da AESE/IESE.
Entra também neste debate Samuel Ferreira que é responsável pelas soluções Wireless da Huawei Portugal, licenciado em Engenharia Eletrotécnica e Computadores pelo IST, com mais de 16 anos de experiência profissional nas redes móveis. Tendo sido o responsável técnico da Huawei na modernização das redes móveis nacionais nos últimos anos, bem como na introdução de novas tecnologias wireless no mercado português.
Junta-se ainda Rui L. Aguiar, licenciado em Engenharia Eletrotécnica pela Universidade de Aveiro onde é atualmente professor catedrático. Foi professor adjunto do INI, Carnegie Mellon University, tendo sido ainda visiting research scholar na Universidade Federal de Uberlândia Brasil. E atuou como consultor do governo português em políticas 5G.
O professor abriu um pouco o pano à sua apresentação nesta conferência que se debruçará sobre o impacto das TIC na sustentabilidade. «Temos neste momento três aspetos de sustentabilidade associados as TIC, um primeiro associado à sustentabilidade de operação das TIC (e.g. os computadores gastam cada vez menos); um segundo associado aos mecanismos associados às TIC (e.g. a uniformização de carregadores USB); mas um terceiro, fundamental, que é o aspeto potenciador de sustentabilidade que as TIC permitem noutras áreas (e.g. a melhoria de processos de monitoria médica remota)», diz. E acrescenta que este terceiro aspeto é o aspeto «fundamental associado à digitalização, que está a ser explorado em todo o mundo, em particular com o advento do 5G». O professor catedrático diz ainda que «os exercícios de utilização de 5G em todo o mundo cobrem quase todas as áreas da sociedade, desde as fabricas, aos portos, à saúde, etc.».
Pilares da sociedade
O segundo painel será focado nos pilares da sociedade e conta com a participação de José Mendes Ribeiro, economista e administrador do Centro de Saúde Digital, Eduardo Correia, CEO Taguspark e Tiago Sacchetti, responsável em Portugal pela Bosch Industry Consulting.
José Mendes Ribeiro defende que «a saúde é um dos pilares fundamentais da coesão social e um bem único para a população» e considera que «o maior desafio que os sistemas de saúde enfrentam é o de assegurar a sua sustentabilidade futura».
É economista com formação especializada em Advanced Managed Care e Architecting Business Change in Health Services e pós-graduação em Gestão de Instituições Financeiras. Tem desempenhado funções de gestão no setor da saúde, em instituições públicas e privadas e é ainda autor de vários livros.
Eduardo Correia, falará sobre o impacto das tecnologias na evolução da humanidade. CEO do Taguspark desde o início de 2018 e professor na Escola de Gestão do ISCTE, contando com uma vasta experiência nacional e internacional na área de gestão. Tem ainda um doutoramento em Finanças na Universidade de Strathclyde, MBA na Universidade de Glasgow, ambas no Reino Unido. O responsável, licenciado em Gestão pelo ISCTE, contando ainda com um curso em Gestão de conflito e caos pela Harvard School of Government.
Por sua vez, Tiago Sacchetti, falará sobre o impacto da digitalização no ciclo de vida do produto. «A transformação digital das empresas industriais não se centra apenas na valorização dos dados resultantes da conectividade às máquinas», diz, acrescentando que «há vários processos de engenharia que são ainda hoje maioritariamente realizados de forma manual ou com o auxilio de ferramentas digitais que não estão verdadeiramente conectadas».
Tiago Sacchetti iniciou o seu percurso na Iberomoldes, onde trabalhou entre 1999 e 2007, tendo passado por várias empresas do grupo em Portugal e no México e desempenhado funções de engenheiro de processos, projetista de moldes de injeção, líder de grupo de investigação e desenvolvimento e gerente do grupo de engenharia.
Entrou na Bosch em 2007 como líder da equipa de engenharia de processos e é atualmente diretor da Bosch Industry Consulting Iberia, tendo realizado um vasto portefólio de projetos, em diferentes vertentes. Ao longo do seu percurso na Bosch teve a oportunidade de viver e trabalhar na Ásia, Europa e América do Norte e liderou projetos industriais na China, França, Alemanha, Índia, México, Coreia do Sul e EUA.
O final da conferência está a cargo de Paulo Pereira. Formado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pelo Instituto Superior Técnico, conta com uma vasta experiência profissional no setor das telecomunicações. Iniciou o seu percurso profissional na área de consultoria, com especial incidência nas indústrias de TMT – Telecomunicações, Media e Tecnologia. Em 2011 juntou-se à equipa da Huawei em Portugal, onde tem vindo a desenvolver a sua carreira, exercendo atualmente as funções de Key Account Director.