A situação de seca no país agravou-se em maio e a previsão é de que venha a piorar este mês. Segundo o i apurou, a reunião interministerial da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca vai ter lugar esta semana, com condicionamentos ao uso de água no horizonte. E parecem inevitáveis, com praticamente todo o país em seca severa no fim de maio, que por agora já será extrema numa fatia maior do território.
O balanço mensal intercalar deverá ser publicado também esta próxima semana.
Ao i, a divisão de Clima do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que faz este acompanhamento, adianta que “as previsões indicam um mês de junho com valores de precipitação inferiores ao normal pelo que é expectável no final do mês um agravamento da intensidade da seca meteorológica em todo o território com um aumento da área em seca extrema”.
No final de maio, mês em que choveu apenas 13% do valor histórico para esta altura do ano, 97,1% do território de Portugal continental estava em seca severa e 1,4% em seca extrema, com o remanescente em seca moderada.
Mais: as barragens, mesmo aquelas em que a produção de eletricidade foi suspensa em fevereiro, ainda não recuperaram para níveis normais, pelo que a manutenção desta situação no tempo – sempre sendo imprevisível se o outono/inverno serão muito mais chuvosos – vai obrigar à gestão da água com muita cautela nos meses quentes. Até porque as albufeiras, que recuperaram nos últimos meses, já estão de novo a baixar.
Castelo de Bode, que abastece toda a região de Lisboa e onde a produção elétrica foi interrompida em fevereiro, quando a cota chegou a baixar para os 106,12 metros, recuperou até aos 112,22 metros (valor atingido na primeira semana de junho), mas desde então voltou a baixar e este sábado ao final do dia já estava nos 111,89 metros. Ou seja, menos 33 centímetros em 14 dias, e agora já não há mais caudal para reduzir ou produção elétrica para interromper.