Covid-19: Portugal já ultrapassou a barreira dos 24 mil mortos

O país passou esta semana as 24 mil mortes associadas à covid-19. Desde o início do ano registam-se já mais de 5 mil mortes. Mortalidade em junho foi tão elevada como no início do ano.  

Portugal ultrapassou esta semana as 24 mil mortes associadas à covid-19 desde o início da pandemia, revela a monitorização diária da Direção Geral da Saúde, que o Nascer do SOL consultou. O país ocupa o 37ª posição a nível mundial na mortalidade por milhão de habitantes e a 23ª posição na região europeia, registando no entanto um balanço mais elevado de mortes este ano.

O balanço de mortes atribuídas à covid-19 neste mês de junho, agora com uma tendência decrescente, deverá voltar a ser superior ao que se registou no mês de maio, podendo chegar aos mil óbitos. Junho será assim um dos meses em que a doença provoca o maior número de mortes em Portugal desde o início da pandemia excetuando os meses mais críticos do outono/inverno de 2020/2021 e equiparando a mortalidade registada nos primeiros meses deste ano. Com a mortalidade por todas as causas acima do esperado ao longo do mês, agora já em níveis mais normais, a covid-19, a onda de calor e aumento de doentes crónicos descompensados foram algumas das explicações já admitidas, tendo a DGS garantido que a situação será avaliada.

Com base nos dados disponíveis na Plataforma de Vigilância de Mortalidade (EVM), é possível concluir que neste mês de junho a covid-19 representou, até esta quarta-feira, 10,3% das mortes no país. Ao todo registaram-se desde o início do mês e até dia 22 de junho 7805 óbitos em Portugal, mais 1686 óbitos do que no mesmo período na média dos últimos cinco anos. Contabilizaram-se no mesmo período 811 mortes atribuídas à covid-19. Em todo o mês de maio, as 869 mortes atribuídas à covid-19 representaram 8,3% das 10. 371 mortes registadas no país por todas as causas, pelo que se verificou um agravamento do peso da covid-19 na mortalidade.

 

136 mil mortes evitadas pela vacinação em Portugal em 2021

Também esta semana, um estudo publicado pelo Imperial College, em Londres, estimou que, sem a vacinação ou outras medidas, a circulação do vírus que se registou em 2021 teria representado mais 19,8 milhões de mortes a nível global. Os investigadores, que publicaram na Lancet uma modelação da mortalidade evitada no primeiro ano de vacinação contra a covid-19, estimam que em Portugal as  vacinas tenham evitado, até ao final de 2021, 135 900 mortes, detalhou a equipa ao Nascer do SOL. Os países mais ricos colheram os maiores benefícios, com uma média de 46 mortes evitadas por cada 10 mil vacinas administradas. Alertam que não terem sido atingidos os objetivos de cobertura vacinal nos países mais pobres continua a causar mortes evitáveis, estimando que poderiam ter sido prevenidas meio milhão de mortes se, até ao final de 2021, pelo menos 40% da população de todos os países estivesse vacinada.