Voltam a chover bombas em Kiev

Numa altura em que a capital da Ucrânia parecia estar a regressar ao normal, as forças russas lançaram diversos ataques aéreos que provocaram um morto e vários feridos.

Três semanas depois do último ataque aéreo, mísseis voltaram a chover sobre Kiev, capital da Ucrânia, depois de um bombardeamento realizado pela Rússia, que realizou quatro ataques na manhã de domingo, que provocaram uma vítima mortal e quatro feridos.

Numa altura em que a vida parecia estar a começar a regressar ao normal na capital da Ucrânia, os mísseis russos atingiram edifícios residenciais e um jardim de infância no distrito de Shevchenkivskyi.

Entre os feridos deste ataque está uma menina de sete anos. Segundo avança o Guardian, há relatos não confirmados de que seu pai foi morto durante esta mais recente ofensiva russa. Além dos membros desta família, também ficou registado que uma mulher russa se encontrava entre os feridos.

Foi ainda reportado outro civil morto depois de um ataque com mísseis em Cherkasy, no sudeste da capital, enquanto uma ponte sobre o rio Dnipro também foi atingida pelos mísseis.

O regresso dos ataques russos está a ser interpretado como uma mensagem de desafio da Rússia aos líderes do G7, que se reuniram este domingo numa cimeira, na Baviera, na Alemanha.

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Desde o início da invasão russa, no dia 24 de fevereiro, foi reportado que as tropas russas destruíram 4.019 residências, 97 instalações médicas e 427 instituições educacionais, afirma o chefe regional de Kharkiv, Oleh Syniehubov, citado pela BBC.

A Rússia anunciou ainda que atingiu três centros de treino militar no norte e no oeste da Ucrânia, incluindo um perto da fronteira com a Polónia.

O Ministério da Defesa russo referiu que os bombardeamentos foram realizados com “armas de alta precisão das forças aeroespaciais russas e mísseis Kalibr (cruzeiro)”, cita a France-Presse.

No sábado passado, a Rússia tinha afirmado que matou “até 80” combatentes polacos, num bombardeamento no leste da Ucrânia.

As autoridades russas retiraram a bandeira da Polónia de um memorial erguido em memória de milhares de polacos massacrados pelos soviéticos. 

A decisão surge no auge das tensões entre Moscovo e Varsóvia desde o lançamento da ofensiva russa contra a Ucrânia, no final de fevereiro.

A Polónia, que forneceu armas à Ucrânia, é membro da NATO, que vai reunir-se em Madrid de 28 a 30 de junho.

Controlo de Severodonetsk A cidade de Severodonetsk, na região do Donbass, palco de combates entre os exércitos ucraniano e russo há várias semanas, foi “totalmente ocupada” pelo exército invasor, anunciou este sábado o presidente da Câmara, Oleksandre Striouk, confirmando assim uma das maiores derrotas ucranianas desde o início da guerra.

O exército ucraniano anunciou, na quinta-feira, a retirada daquela cidade de cerca de 100.000 habitantes antes da guerra para melhor defender a cidade vizinha de Lyssytchansk.

Os separatistas da região do Donbass também anunciaram que as forças russas e aliados “assumiram o controlo total da zona industrial da fábrica de Azot”, conforme publicado pelo separatista Andrei Marochko, na rede social Telegram.

Outro porta-voz separatista, Ivan Filiponenko, disse que 800 civis que se refugiaram naquela fábrica durante as últimas semanas de confrontos foram retirados.

A queda de Severodonetsk, onde costumavam viver mais de 100 mil pessoas, e agora reduzida a escombros, é a maior vitória de Moscovo desde a captura do porto de Mariupol no mês passado.

Segundo o Al Jazeera, “a queda da cidade transforma o campo de batalha no este da Ucrânia, onde a enorme vantagem de Moscovo em poder de fogo até agora só ofereceu vitórias lentas”.

O meio de comunicação afirma que a Rússia agora deverá continuar a pressionar e a tentar conquistar mais terreno na margem oposta do rio Siverskyi Donets, onde está localizada a cidade gêmea de Severodonetsk, Lysychansk, mas esta pode ser a oportunidade por que a Ucrânia tanto aguardava, esperando que “o preço que Moscovo pagou para capturar as ruínas de Severodonetsk deixe as forças russas vulneráveis a um contra-ataque nas próximas semanas”.