Guterres apela ao G20 para que tome medidas sobre crise climática, alimentar e energética

Crise climática é a “emergência número um”. As questões alimentares, energéticas e financeiras só aparecem a seguir na lista de prioridades de Guterres.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou ao G20, esta sexta-feira, para que sejam tomadas medidas urgentes para combater as alterações climáticas, a crise alimentar e energética e impulsionar uma recuperação mais igualitária pós-pandemia.

Guterres, numa mensagem por vídeo, pediu aos ministros dos Negócios Estrangeiros das 20 principais economias respostas para fazer face às ameaças à atual ordem internacional e que arriscam deixar o planeta num ponto de "não retorno" em termos climáticos.

Segundo o chefe da ONU, o multilateralismo hoje não é já uma escolha, mas uma "necessidade". "É a única forma de evitar a escassez generalizada de alimentos, o agravamento do caos climático e uma onda de pobreza e miséria que não deixará nenhum país intacto", afirmou.

Para secretário-geral a crise climática é a "emergência número um" da atualidade e os membros do G20 têm a principal responsabilidade de solucionar o problema.

"Precisamos de uma revolução das energias renováveis. Terminar com o vício global em combustíveis fósseis é a prioridade número um. Acabar com novas centrais de carvão (…) com a expansão da exploração de petróleo e gás", defendeu.

Em segundo lugar na lista de prioridades, na opinião de Guterres, surgem as crises alimentar, energética e financeira, agravadas pela guerra na Ucrânia.

Com o aumento dos preços dos alimentos e fertilizantes, existe um "risco real de várias fomes este ano", disse o responsável, alertando que a situação no próximo ano poderá ser ainda pior.

É, por isso, necessário que as potências do G20 trabalhem em conjunto para estabilizar os mercados e apoiar as economias em desenvolvimento, que devem ter acesso a um financiamento potenciado por um novo quadro internacional de ajuda à dívida pública.

Pelo seu lado, a ONU continua a trabalhar para facilitar as exportações alimentares ucranianas através do Mar Negro e permitir o livre acesso ao mercado de alimentos e fertilizantes russos.