Para a autarquia de Lagos, de maioria socialista, “é urgente garantir o funcionamento das urgências de pediatria, ginecologia e obstetrícia na região”, diz num comunicado divulgado ontem, em que o Executivo aprovou por unanimidade uma moção a “propósito dos recentes e frequentes encerramentos das urgências de pediatria, ginecologia e obstetrícia na região”.
O encerramento destes serviços de saúde tem-se verificado nos últimos meses em várias regiões do país, nomeadamente no Algarve, acima de tudo aos fins de semana. Tal acontece porque o quadro de pessoal do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) está deficitário e não tem sido possível encontrar médicos suficientes para assegurar as escalas de urgência.
Na moção, a câmara algarvia exige “ao Governo que tome as medidas urgentes e necessárias para garantir a atração e fixação de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, investindo nas suas carreiras, condições de trabalho, remunerações e combatendo a fuga dos profissionais para o privado” e classifica como “inaceitável” a decisão do Ministério da Saúde de fazer a “concentração destas respostas, seja no Hospital de Portimão ou de Faro”.
Quando os utentes dos concelhos mais distantes têm de se deslocar – por exemplo, “Aljezur [que dista 110 quilómetros de Faro] e Vila Real de Santo António [que fica a 115 quilómetros de Portimão]” -, percorrem dezenas de quilómetros e o Governo deve, por isso, garantir que, “em qualquer eventualidade, as portas da urgência pediátrica e da ginecologia e obstetrícia não se encontrem encerradas – seja no Hospital de Portimão, seja no Hospital de Faro”, apela o município.