A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticas (ERSE) está a investigar uma sessão no mercado grossista de eletricidade, no dia 15 de junho, em que os preços atingiram 1200 euros por megawatt/hora (MWh), adiantou o presidente do regulador, no Parlamento.
De acordo com Pedro Verdelho houve uma anomalia numa sessão durante a tarde desse dia, garantindo que a situação observada não está relacionada com a entrada em vigor do mecanismo ibérico para limitação de preços, que “também entrou por coincidência em vigor nesse dia”.
“Este problema foi na segunda sessão do mercado intradiário”, explicou, referindo que a esta hora “é vendida e comprada energia para as últimas 4 horas do dia e as 24 horas do dia seguinte”, tendo a anomalia ocorrido nas “últimas 4 horas”. No entanto, o responsável lembra que esta sessão é normalmente “a última possibilidade” para “comprar e vender energia” e tem “habitualmente muito pouca liquidez”, mas nesse dia, “o que se verificou foi uma compra de energia de valor superior à habitualmente transacionada”, o que “fez com que o preço deixasse de ser marcado pela oferta, por quem vende, e passasse a ser definido por quem compra energia”, tendo resultado “nos tais 1200 euros por Mwh”. E, por isso, está a ser alvo de uma inspeção pela ERSE.
O presidente da ERSE disse ainda que o mecanismo ibérico, que impõe tetos ao gás usado na produção de eletricidade, poderá “gerar benefícios, mas também custos” que poderão ser de médio a longo prazo, destacando a importância de equilibrar as intervenções nestes mercados para que os benefícios sejam superiores aos custos.