O segundo trimestre deste ano trouxe “um expressivo crescimento do preço por metro quadrado em Portugal, especialmente no Porto” que contou com uma subida de 26.3%, de 1720 euros para 2172 euros, enquanto em Lisboa a subida foi de 8,5%, de 2429 euros para 2635 euros. Esta é uma das conclusões da análise da consultora imobiliária Imovendo aos custos do metro quadrado neste período.
E explica que “este crescimento do metro quadrado elevou os preços dos imóveis, onde, por exemplo, na área metropolitana de Lisboa, um T2 usado está hoje 10% mais caro do que há um ano, ao passo que no grande Porto essa progressão foi de 15%”.
Já o número de fogos vendidos no segundo trimestre em Portugal caiu 7%, passando de 13476 para 12586, quando comparado com o trimestre do ano anterior.
Sobre a venda de imóveis novos, a Imovendo diz que “a queda foi ainda maior”, tendo caído de 4834 para 3862, registando-se um recuo de 20%, face a igual período do ano anterior.
“A quebra de venda nos imóveis novos está relacionada com a desaceleração da construção nova, provocada, primeiro, pela escassez de materiais devido à pandemia e, segundo, devido à guerra na Ucrânia. O aumento significativo da inflação veio também aumentar, e muito, os custos de construção”, explica Nélio Leão, CEO da Imovendo.
No que diz respeito à oferta no mercado, os números representam também um setor em quebra, tendo sido registada uma quebra de 26% (de 63356 para 47171 fogos) face ao mesmo período de 2021 e 16% (de 56472 para 47171 fogos) quando comparado com o trimestre anterior.
Do lado da oferta, diz a Imovendo, o preço por metro quadrado encontra-se “relativamente estável, havendo algumas variações entre Lisboa, onde se assistiu a uma quebra no preço por metro quadrado de 4% para 5648 euros, e no Porto, onde houve um aumento de 2% para 3917 euros”.
Em todas as outras zonas do país, sublinha a Imovendo, o preço por metro quadrado continua a aumentar, tanto nos imóveis novos como nos usados.
“Isto pode estar relacionado com uma maior deslocalização das pessoas. Apesar do fim da pandemia, muita gente transitou definitivamente para um modelo de teletrabalho, o que permite mais liberdade no momento de escolher uma casa”, adianta Nélio Leão.