A União Ciclista Internacional (UCI) suspendeu a W52-FC Porto, anunciou a Federação Portuguesa de Ciclismo esta quarta-feira. Esta decisão anula a entrada na Volta a Portugal, que decorre este mês de agosto.
"A Federação Portuguesa de Ciclismo confirma que foi hoje notificada pela União Ciclista Internacional (UCI) de que esta entidade decidiu retirar a licença desportiva à equipa continental W52-FC Porto, na sequência da informação recebida pela UCI sobre o processo que decorre na Autoridade Antidopagem de Portugal. A decisão entra imediatamente em vigor, pelo que a equipa está impedida de voltar a competir", determina o comunicado.
Na sequência da operação Prova Limpa, oito ciclistas e dois elementos do staff da W52-FC Porto, ligado ao clube há seis épocas, foram suspensos, em 15 de julho, preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).
No dia seguinte, a identidade de seis dos ciclistas suspensos foi conhecida, tendo sido impedidos de alinhar na terceira etapa do Grande Prémio Douro Internacional, que foi conquistado por José Neves, o único representante da equipa que continuou em prova.
Os atletas afastados foram Ricardo Vilela e José Gonçalves, além de quatro antigos vencedores da Volta a Portugal: João Rodrigues (2019), Rui Vinhas (2016), Ricardo Mestre (2011) e Joni Brandão, que herdou a vitória na edição de 2018 depois da desclassificação, por doping, do também dragão Raúl Alarcón.
Na passada sexta-feira, a organização da Volta a Portugal confirmou a presença da equipa dos dragões na 83.ª edição da competição, que decorre entre 4 e 15 de agosto, entre Lisboa e Gaia.
O diretor da prova, Joaquim Gomes, disse que a equipa não estava, na altura, suspensa, pelo que poderia participar com outros corredores contratados na janela de novas inscrições, que abre em 01 de agosto.
No final de abril, dez corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, bem como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
A estrutura W52 venceu as últimas nove edições da Volta a Portugal, porém os triunfos do espanhol Raúl Alarcón, em 2017 e 2018, foram-lhe retirados também por "uso de métodos e/ou substâncias proibidas".