O Chega requereu ontem que o presidente do INEM, Luís Meira, seja ouvido, com caráter de urgência, no Parlamento, de forma a que o mesmo possa dar explicações à Assembleia da República sobre “as falhas na prestação de socorro” e a “falta de coordenação”, conforme se pode ler no documento.
“As falhas do INEM na prestação de socorro, a falta de coordenação denunciada por alguns dos intervenientes do SIEM [Sistema Integrado de Emergência Médica], assim como a estratégia (se existir) para as evitar, carecem, pois, se ser urgentemente esclarecidas perante os representantes dos cidadãos, dada a situação de alarme social existente”, argumentam os deputados do Chega Pedro Frazão e Filipe Melo, no requerimento que assinam e que é endereçado à Comissão de Saúde.
O caso de mulher que “caiu numa passadeira em Campolide”, em Lisboa, no dia 18 de julho, “tendo esperado mais de 1 hora e 15 minutos pela assistência médica” é utilizado pelo Chega a título de exemplo, referindo o partido que a mulher acabou por morrer e que “responsáveis do INEM afirmaram que naquele momento [o Instituto] não tinha viaturas disponíveis”.
“Atentas as informações e as denúncias públicas existentes neste âmbito, é fácil chegar à conclusão de que esta não é uma situação única. Os relatos de utentes, as denúncias de técnicos e sindicalistas e as queixas de responsáveis dos bombeiros tornadas públicas assim o demonstram”, acusa o Chega, recorrendo aos números: só no ano passado, diz o partido liderado por André Ventura, “as viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) do INEM estiveram 5.400 horas paradas por falta de tripulação, ou seja, por falta de médico para garantir assistência em casos urgentes”.