O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, deixou duras críticas à Polícia de Segurança Pública (PSP) devido à “falha de segurança” na sequência dos atos de violência causados no centro histórico da cidade pelos adeptos do clube croata Hadjuk Split, adversário do Vitória de Guimarães para a Liga Conferência.
"Houve esta falha porque nos planos da polícia devia estar prevista esta possibilidade, não é só no dia de hoje, os adeptos deste clube que nos visita, da Croácia, aqui em Guimarães, tem fama e esta má reputação de serem, enfim, muito conflituosos, arruaceiros", afirmou o autarca aos jornalistas, quando questionado sobre o planeamento da PSP.
Em causa estão os atos de violência que ocorreram na noite de terça-feira no centro histórico, encetados pelos adeptos do clube croata Hadjuk Split. Alegadamente, este grupo arremessou cadeiras e tochas numa zona de esplanada, causando a destruição do espaço e do ambiente.
Adeptos do Hajduk Split provocam terror em Guimarães e até famílias com crianças fogem…
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Uma centena de adeptos do Hajduk Split provocou desacatos no centro Histórico de Guimarães.
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Esta manhã, a PSP de Braga anunciou que foram identificados 154 adeptos, dos quais 122 são croatas, 23 portugueses e outros nove de outras nacionalidades.
"Instalaram o pânico em Guimarães, cidade pacifica, tranquila e, de repente, uma horda de criminosos, é exatamente assim, entra pela cidade dentro, faz esta incursão e instala o pânico e a Policia não esteve, não atuou", assinalou Domingos Bragança, ao evidenciar que a força de segurança deve saber o porquê de ter falhado na atuação.
Para evitar este tipo de altercações, o presidente considerou ser necessário um reforço policial, empenhando mais forças distritais ou das forças especiais da PSP.
"A Polícia Judiciária tem de estar atenta para cortar este mal pela raiz e o Ministério Público também tem de atuar", sublinhou também, ao defender quer os adeptos identificados deveriam ter sido ainda detidos nem poder assistir ao encontro marcado para as 17h de hoje.
Depois do incidente de ontem, o autarca espera que a segurança para o jogo de hoje esteja em “alerta e reforçada”, revelando ainda que já contactou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, para pedir um reforço de policiamento.
Ainda ontem, a Associação VitóriaSempre partilhou um comunicado no Facebook a críticar a atuação da PSP, no qual mostraram-se surpreendidos com os desacatos, pois a força de segurança tinha garantido que estaria preparada "para suster os ímpetos de uma das claques mais violentas da Europa, ainda para mais associada a uma claque portuguesa conhecida pela sua violência". O grupo ainda exigiu a demissão do comandante da PSP de Braga.
"O que nós suspeitávamos já sucedeu, infelizmente", começou por dizer a associação, notando que "Guimarães esteve a ferro e fogo".
"Os bares do centro histórico sofreram danos avultados. Os comerciantes sem qualquer defesa puderam apenas rezar e esperar que o vendaval de destruição cessasse. Isto feito de modo impune, sem qualquer obstáculo ou sem alguém a impedir que tal sucedesse", observaram.
Os distúrbios no centro histórico foram uma surpresa para o VitóriaSempre, uma vez que a associação acredita, segundo a PSP de Braga, que "estaria a ser preparada uma organização de grande envergadura para suster os ímpetos de uma das claques mais violentas da Europa". Ainda estupefactos, porque "não existia policiamento na rua, não existia prevenção, deixando uma horda de malfeitores percorrer impunemente a cidade sem serem travados".
"Exigimos responsabilização! Responsabilização do Comandante da PSP, exortando-o a ser humilde e pedir a demissão por não ter acautelado a defesa dos cidadãos vimaranenses e dos muitos turistas que circundam pelo centro histórico da cidade!", assinalaram.
O Vitória de Guimarães vai defrontar hoje às 17h o Hajduk Split para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa. Os vimaranenses precisam de vencer para passar à próxima fase da competição, depois de terem perdido por 3-1 na Croácia.