Costa diz que construção de gasoduto é uma “ambição antiga” da Península Ibérica

O primeiro-ministro afirma que a Península Ibérica “tem a capacidade para substituir grande parte do gás que hoje a Europa central importa da Rússia” e sublinha a importância das declarações proferidas ontem pelo chanceler alemão sobre a criação do gasoduto. 

Depois de o chanceler alemão, Olaf Scholz, ter demonstrado vontade de apostar na construção de um gasoduto em Portugal, o primeiro-ministro português voltou a comentar o assunto, ao dizer que esta é uma “ambição antiga” da Península Ibérica, que “tem a capacidade para substituir grande parte do gás” que a Europa importa à Rússia.  

"A existência desta interconexão da Península Ibérica com a Europa é uma ambição antiga, está pelo menos acordada desde 2014. Eu próprio organizei, já como primeiro-ministro Sanchéz e com Macron, em 2018, uma cimeira onde foram assumidos uma série de compromissos", frisou António Costa em declarações aos jornalistas.

Segundo o líder do Executivo, Portugal e Espanha tem-se empenhado para avançar com este projeto, porém o ritmo está em lume brando, devido às limitações ambientais sobre o impacto do gasoduto na travessia dos Pirenéus, implicadas pela França.

Caso não seja possível, a Comissão Europeia também já sugeriu que o pipeline passe diretamente de Espanha para Itália, "de forma a chegar ao centro da Europa”, o derradeiro objetivo.

"A Península Ibérica tem a capacidade para substituir grande parte do gás que hoje a Europa central importa da Rússia", salientou o primeiro-ministro, ao apontar que, como o pipeline não se constrói da noite para o dia, o Porto de Sines poderá servir de "plataforma logística" para acelerar a distribuição de gás natural por via marítima para os portos do norte e centro da Europa. 

Costa ainda assinalou que este não é um tema que interessa apenas a Alemanha, mas também os países que veem na Península Ibérica a solução para descartar totalmente o gás russo.

Na ótica do líder do Governo, a declaração do chanceler alemão é crucial, “porque reforça a pressão para que as instituições europeias desbloqueiem de uma vez por todas essa situação”.

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