Após três dias de silêncio sobre o ataque ao escritor Salman Rushdie, o porta-voz dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani, garantiu que o país desmente "categoricamente" qualquer ligação entre o agressor e o Irão.
No decorrer da sua conferência de imprensa semanal, o porta-voz frisou que "ninguém tem o direito de acusar a República islâmica do Irão". "Neste ataque, apenas Salman Rushdie e os seus apoiantes merecem ser culpados e mesmo condenados", declarou Kanani acerca da agressão ao escritor britânico de 75 anos. "Ao insultar as coisas sagradas do Islão e ao ultrapassar linhas vermelhas de mais de 1,5 mil milhões de muçulmanos e de todos os adeptos das religiões divinas, Salman Rushdie expôs-se à cólera e à raiva das pessoas", salientou.
Importa recordar que o escritor é alvo de ameaças de morte desde a década de 1980, após o lançamento de 'Versículos Satânicos', tendo sido atacado na sexta-feira quando se preparava para dar uma palestra em Nova Iorque. Rushdie ia falar sobre a forma como os EUA constituem um país de asilo para escritores, na Instituição Chautauqua.
Sabe-se que, no sábado, Rushdie conseguiu proferir algumas palavras – mantendo até o sentido de humor, de acordo com informação veiculada pelo filho Zafar no Twitter – e, no domingo o seu agente, Andrew Wylie, afirmou que o escritor está no "caminho da recuperação".