Sim, um segundo pode fazer a diferença

Portugal tem de tudo. Do turismo religioso e devoto a Maria, ao turista de cruzeiro que compra o souvenir e pouco mais, aos campistas e caravanistas que amam a natureza e a carteira, aos viajantes que andam por todo lado a passear os trolleys quais cãezinhos e que antes fossem carrinhos carregados de tacos de…

Portugal está na moda e os turistas andam por aí aos magotes de norte a sul, das praias ao campo, das cidades às aldeias. 

É mesmo e cada vez mais impressionante o aglomerado de gente nas zonas mais conhecidas dos roteiros nacionais e internacionais – vistos de longe, parecem formigas.

Sem produzir coisa que se veja, não fora o turismo e as consequentes receitas, diretas e indiretas, e este povo estava ainda bem mais tramado.

Não são todos iguais, a maioria entra na classificação do chamado turismo de chinelo ou de mochileiros, que é também como quem diz de ‘pé descalço’, que vem para desfrutar do clima, da comida e da bebida boa e barata e que não traz ou não tem muito para gastar.

Mas quando a quantidade aparenta compensar a qualidade e há quem assim se dê por satisfeito…

Portugal tem de tudo. Do turismo religioso e devoto a Maria, ao turista de cruzeiro que compra o souvenir e pouco mais, aos campistas e caravanistas que amam a natureza e a carteira, aos viajantes que andam por todo lado a passear os trolleys quais cãezinhos e que antes fossem carrinhos carregados de tacos de golfe.

E andam quase todos em rebanho, atrás uns dos outros e a cumprir os roteiros dos ‘trip advisers’ que se multiplicam na net.

Portugal está na moda porque tem o clima que tem, uma gastronomia das mais variadas e completas que há no mundo, bom vinho e boa cerveja, preços só incomportáveis para quem está na cauda do poder de compra da Europa – que somos nós – e atrativos para todos os outros.

E, também e muito importante, segurança.

Não há, até ver, grande risco de passear ou vaguear por este país fora com ameaça maior do que a de um encontro com um carteirista, um bêbedo ou um maluco – que esses, sim, há-os por toda a parte.

Nos rankings internacionais, Portugal surge no top 10 dos países mais seguros e com criminalidade menos violenta.

Por isso é que fenómenos como aqueles a que assistimos recentemente em Guimarães com uma outra forma de turismo também em voga na net – o de grupos de arruaceiros ou holligans cuja diversão maior é andar à pancada e destruir tudo o que esteja à mão (ou ao pé) – têm de ser prevenidos e reprimidos de forma lapidar.

Como também não pode deixar de haver resposta rápida e eficaz para carteiristas, bêbedos e malucos que tenham comportamentos perigosos ou que ponham em causa o bem estar ou até a vida de outros cidadãos, sejam turistas ou não.

A regra tem de ser válida tanto para o condutor que perdeu a paciência e as estribeiras e avançou com o automóvel em zona provisoriamente reservada a circulação pedonal para chegar à sua própria casa, na ‘Viagem Medieval’ da Feira, como ao desequilibrado desordeiro que ameaçava os transeuntes com um facalhão e desobedeceu às ordens dos agentes da PSP que o tiveram de imobilizar numa rua do lisboeta e cosmopolita  Bairro Alto.

A segurança é crucial para um país que se diz de brandos costumes e que cada vez mais depende do turismo.

As redes sociais que se incendeiem com o que quiserem, mas a Polícia tem de agir e de garantir a integridade e a salvaguarda de pessoas e bens e o próprio sentimento de segurança de todos.

Porque, para o turismo, não basta haver segurança, tem também de parecer que há – ou seja, o turista, além de estar seguro, tem de se sentir seguro.

O Porto, por exemplo, está a bombar. Com turistas por certo num patamar superior ao de Lisboa. Nas caves do lado de Gaia, na Ribeira, na Foz o movimento é permanente e está tudo a abarrotar, esplanadas, bares, restaurantes, alojamentos locais, hostels e hotéis. Impressiona qualquer um, até por haver uma muito maior concentração do que acontece na capital.

Mas há falta de polícias na rua. Vê-se muito menos agentes do que em Lisboa e os seguranças privados associados aos negócios da noite, como diz um amigo meu, dão uma ideia exatamente contrária à pretendida e de desconforto, porque geram uma reação de desconfiança sobretudo a quem, menos habituado, só está de passagem ou de visita.

E particularmente nestas épocas altas do turismo deve haver uma maior preocupação em aumentar a presença e a visibilidade da Polícia na rua. Tem um efeito preventivo e dissuasor. E, se e quando for caso disso, há maior prontidão na resposta.

Porque depois da coisa descambar…

Um segundo, como diz uma bem conseguida campanha de publicidade, pode fazer toda a diferença.