A filha do homem que é considerado o “cérebro” de Vladimir Putin, Alexander Dugin, foi morta por uma explosão enquanto conduzia o seu carro, num ataque que, alegadamente, teria o ideólogo ultranacionalista como alvo. Darya Dugina morreu, este sábado, quando o seu Toyota Land Cruiser foi destruído por uma explosão a cerca de 20 quilómetros a oeste da capital, perto da vila de Bolshiye Vyazemy, por volta das 21h30, avançaram os investigadores.
“Um dispositivo explosivo supostamente instalado no Toyota Land Cruiser explodiu a toda velocidade na via pública e, em seguida, o carro incendiou-se”, escreveram os investigadores no relatório sobre o incidente, citado pelo Guardian. “A condutora morreu no local. A identidade do falecido foi identificada: é jornalista e cientista política Darya Dugina”.
O veículo que a mulher conduzia pertencia ao pai, que era, provavelmente, o alvo pretendido, avançou a agência de notícias estatal TASS, que citou o chefe do movimento social Russky Gorizont (Horizonte Russo), Andrei Krasnov, que conhecia a família e Darya.
O pai e a filha estavam a participar num festival cultural nos arredores de Moscovo e decidiram trocar de carro subitamente, escreve o jornal russo Rossiiskaya Gazeta.
Dugina é jornalista, especialista em política e uma figura da comunicação na Rússia, ocupando o papel de comentadora por diversas vezes no canal de televisão nacionalista, Tsargrad, onde expressava opiniões semelhantes às de seu pai.
O pai de Dugina, Alexander Dugin, é um ideólogo que há muito defende a unificação das regiões e territórios de língua russa como parte de um novo império russo, com alguns analistas a denominarem-no como o “cérebro de Putin”, ou “Rasputin de Putin”, referindo-se ao místico russo Grigori Rasputin, que se insinuou com o último imperador da Rússia, Nicolau II.
O jornal inglês escreve que “embora a extensão de sua influência sobre o pensamento do líder russo seja debatida”, acredita-se que a opinião de Dugin seja “influente na formação da visão de mundo de Putin e na abordagem da Ucrânia”. Dugin foi sancionado pelos Estados Unidos em 2014 depois da Rússia ter anexado a Crimeia.
Apesar do ataque não ter sido reivindicado, vários funcionários pró-Kremlin atribuíram imediatamente as culpas a Kiev pela explosão.
Investigadores russos revelaram que abriram um caso de assassinato e que serão feitos exames forenses para tentar determinar exatamente o que aconteceu, acrescentando ainda que estavam a considerar “todas as versões” quando se tratava de descobrir a identidade do responsável.
A Ucrânia negou, este domingo, qualquer envolvimento na morte de Dugin. “Sublinho que a Ucrânia nada tem a ver com isto, porque não somos um Estado criminoso como a Federação Russa e não somos um Estado terrorista”, disse o conselheiro presidencial ucraniano Mikhail Podoliak, citado pela agência espanhola EFE.