O líder da UNITA – maior partido na oposição em Angola – disse, esta sexta-feira, que não reconhece a derrota nas eleições gerais de 24 de agosto, na qual foi atribuída a vitória ao MPLA através dos dados provisórios da Comissão Nacional Eleitoral (CNE
"Não existe a menor dúvida que o MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola] não ganhou as eleições do dia 24", apontou o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, em declarações aos jornalistas na base do partido, em Luanda.
Adalberto Costa Júnior disse que “a UNITA não reconhece os resultados provisórios da CNE" e considerou “uma trapalhada” a contagem de votos realizada pela CNE, dado que os dados do partido demonstram resultados significativamente diferentes dos da comissão, pedindo, desta forma, que uma comissão internacional compare as atas eleitorais do partido com as da CNE.
O líder do partido angolano indicou três círculos onde a UNITA, segundo as contas do partido, teve pelo menos mais três mandatos.
Segundo dados divulgados pela CNE, quando estavam escrutinados 97,03% dos votos das eleições realizadas na quarta-feira, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) obteve 3.162.801 votos.
Sublinhe-se que este partido perdeu um milhão de votantes em relação às eleições de 2017, quando obteve 4.115.302 votos.
Já a UNITA registou uma grande subida, ao eleger deputados em 17 das 18 províncias e obtendo uma vitória histórica em Luanda, a maior província do país, conseguindo até ao momento 2.727.885 votos. Note-se que em 2017 contabilizou 1.800.860 boletins favoráveis.