O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) anunciou que vai realizar plenários no dia 12 de setembro para “auscultar os trabalhadores” após a greve realizada em 26, 27 e 28 de agosto. A estrutura sindical que, se apresenta como “o mais representativo no grupo Vinci, nomeadamente nas empresas Portway e ANA”, lembra que os plenários decorrem na sequência da paralisação do passado mês de agosto, “que resultou no cancelamento de mais de 200 voos” e “onde se lutou pela anulação das avaliações, de modo que haja lugar a progressões salariais e pagamento de feriados a 100%, conforme acordo de empresa”.
O Sintac informa ainda ter solicitado “uma reunião urgente” à Portway, na passada sexta-feira, “tendo a mesma respondido que iria proceder à marcação de uma data”.
Em entrevista ao i, Pedro Figueiredo, um dos dirigentes da estrutura sindical, tinha admitido que a greve convocada para o final de agosto, era considerada inevitável, por entender que “ todas as opções” estavam esgotadas, acusando a empresa de “preferir ir por outros caminhos». O responsável disse ainda que essa paralisação deveria afetar o funcionamento normal dos aeroportos, mas também afirmou que o sindicato assumiria as suas responsabilidades. E acrescentou: “Queremos um sindicalismo real e não nos tribunais. Queremos diálogo, acordos admissíveis e paz social”.
Uma situação que levou a empresa do grupo ANA a garantir quem pagava a fatura: “No final, ficam os enormes prejuízos para passageiros, companhias aéreas e para a Portway”, acrescentando que “se para alguns, os cancelamentos de voos e constrangimentos são uma vitória, para a Portway é de lamentar todos os incómodos e prejuízos que esta greve sem sentido causou.”
Na base desta paralisação esteve, segundo a estrutura sindical, uma política de “confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do acordo de empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações”.
Acusações que foram rejeitadas pela empresa de handling ao garantir que “cumpria com toda a legislação e regulamentação aplicáveis”, incluindo os acordos de empresa em vigor e os direitos laborais”, lembrando que fez atualizações remuneratórias de 11% desde 2019 e pagando feriados com um acréscimo de 150% face ao valor/hora.
A Portway rejeitou ainda as críticas sindicais de falta de investimento, afirmando que tem investido anualmente cerca de dois milhões de euros em equipamentos e instalações, com dois objetivos: “melhorar as condições dos trabalhadores e a ‘performance’ ambiental da empresa”. E denunciou ainda a falta de disponibilidade para o diálogo por parte dos trabalhadores e dos seus representantes, nomeadamente do SINTAC.