O Presidente da República reagiu aos resultados das eleições legislativas italianas, sublinhando que “o povo tem sempre razão” e realçando a importância deste país para a “coesão europeia”.
"Uma lição que eu aprendi com a minha longa experiência, até de professor destas matérias, é que o povo tem sempre razão. Vale a pena é perguntar por que é que o povo num determinado momento tem razão num determinado sentido", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas durante uma visita à Universidade de Stanford na tarde de segunda-feira, já hoje madrugada em Portugal.
Interrogado sobre o impacto da vitória de Giorgia Meloni no panorama político europeu e português, Marcelo Rebelo de Sousa indicou que "sempre que há uma eleição e ganha a direita, mais uma ou outra direita, ficam felizes os que se consideram próximos" e "quando ganha mais ou outra esquerda ficam felizes os que são próximos", recusando "entrar nessa discussão".
"O que eu posso dizer é que a Itália é muito importante para a Europa, mas mesmo muito importante, para a Europa, e para nós", acentuou.
Para o chefe de Estado português, "há razões para esperar, para desejar que a Itália, primeiro, consiga economicamente, neste momento que é difícil, dar os passos que são necessários independentemente da transição de governos e, em segundo lugar, que politicamente isso também mantenha aquela coesão que é uma coesão europeia fundamental".
Ao referir a canção "Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso, Marcelo Rebelo de Sousa apontou que os votos dos italianos significam dois resultados: “Primeiro, cada povo escolhe livremente o seu destino. Em segundo lugar, normalmente, além do mérito de quem ganha eleições há também o demérito de quem as perde".
Giorgia Meloni lidera o partido Irmãos de Itália, o mais votado nas eleições legislativas de domingo em Itália. O partido tem raízes no Movimento Social Italiano (MSI) fundado por seguidores do ditador fascista Benito Mussolini.
Agora Meloni vai procurar formar Governo com o apoio dos aliados da Liga, anti-imigração, de Matteo Salvini, e Força Itália, de Silvio Berlusconi.
{relacionados}