O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou, esta terça-feira, que os referendos em curso nos territórios ucranianos ocupados pelas tropas russas não serão reconhecidos pela comunidade internacional, uma vez que partem de um “poder ilegítimo” da Rússia.
"[Os referendos] não têm nenhum valor. Estes resultados não serão reconhecidos por ninguém", assinalou João Gomes Cravinho no Ministério dos Negócios Estrangeiros, após a cerimónia de lançamento de um selo solidário pelos CTT a fim de ajudar o povo ucraniano.
Na ótica do ministro, a “atitude” russa é uma farsa, visto que o seu poder é “ilegítimo” nas zonas ocupantes no território ucraniano, pelo que “o reconhecimento internacional será nulo".
Quanto à utilização de armas nucleares, Gomes Cravinho disse ser “muito importante que os responsáveis russos deixem de falar de forma irresponsável” sobre este assunto, ao notar que este “tipo de ameaça” nem sequer “intimida”.
"Em relação à escalada [do conflito na Ucrânia], eu creio que seria importante a Rússia procurar uma saída para a situação que criou. Todos já perceberam que a Rússia não vai ganhar esta guerra, logo é preciso encontrar uma maneira de sair da situação que criou e isto, obviamente, tem de começar pela retirada do território ucraniano", observou.
De notar que os referendos para aderir à Federação russa nos territórios ucranianos ocupados de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson terminam hoje, segundo as autoridades pró-russas.
Os parlamentos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk – reconhecidas pelo Kremlin desde passado fevereiro – convocaram um referendo de integração na Rússia entre 23 e 27 de setembro, ao qual se juntaram as regiões de Kherson e Zaporijia, que estão parcialmente sob domínio russo.
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