O Kremlin anunciou que as quatro regiões ocupadas na Ucrânia, Donetsk, Lugansk, Zaporijjia e Kherson, que realizaram referendos, dando vitória à anexação pela Rússia – referendos organizados por Moscovo e que foram considerados inválidos por Kiev e pelos seus aliados ocidentais – vão ser incorporados no país esta sexta-feira.
Os acordos serão assinados “com todos os quatro territórios que realizaram referendos e fizeram pedidos correspondentes ao lado russo”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, numa cerimónia que terá lugar em Moscovo por volta das 15h (13h em Portugal).
Após as cerimónias de assinatura, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, fará um grande discurso e irá estar reunido com os novos administradores das regiões ucranianas nomeados por Moscovo, revelou o Kremlin.
A área total prevista que será anexada pela Rússia representa cerca de 15% da Ucrânia e inclui aproximadamente quatro milhões de pessoas. Segundo o The Economist, a decisão de Vladimir Putin de incorporar estas regiões é a maior anexação forçada na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Uma medida que foi alvo de grande contestação internacional e que será objeto de discussão no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Já na semana passada, António Guterres tinha sublinhado que “qualquer anexação do território de um Estado por outro Estado resultante da ameaça ou uso da força é uma violação da Carta da ONU e do direito internacional”.
As autoridades ucranianas dizem temer que os homens nos territórios recém-ocupados sejam recrutados para combater, tal como aconteceu, nas regiões do leste da Ucrânia que estão sob ocupação russa desde 2014.
“O Kremlin ordenará provavelmente ao Ministério da Defesa russo que inclua civis ucranianos no território ucraniano ocupado e recentemente anexado no ciclo de recrutamento russo”, disse o Instituto para o Estudo da Guerra, um think-tank norte-americano, na sua avaliação diária sobre a guerra na Ucrânia.
Quarta fuga no Nord Stream A guarda costeira da Suécia no início desta semana descobriu uma quarta fuga de gás nos gasodutos danificados de Nord Stream, alertou um porta-voz da guarda costeira ao jornal Svenska Dagbladet. “Dois desses quatro estão na zona económica exclusiva da Suécia”, disse a porta-voz, Jenny Larsson, enquanto um relatório publicado pela Reuters avisa que os outros dois estão na zona económica exclusiva dinamarquesa.
A União Europeia suspeita que estas fugas tenham sido causadas por sabotagem e prometeu uma resposta “robusta” a qualquer interrupção intencional de sua infraestrutura de energia. “Estas fugas estão a causar riscos para a navegação e danos ambientais substanciais. Apoiamos as investigações em curso para determinar a origem dos danos”, assinalam os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
O Kremlin pediu uma investigação internacional urgente sobre as fugas detetadas nos gasodutos no Mar Báltico, uma situação que descreveu como “extremamente perigosa”.
“Esta é uma situação extremamente perigosa e que exige uma investigação urgente. Tudo vai depender da situação. Naturalmente, a interação de vários países será necessária”, disse o porta-voz da Presidência russa.