Alec Baldwin chega a um acordo com a família da diretora de fotografia que matou acidentalmente

“Chegámos a um acordo, sujeito à aprovação do tribunal, no nosso caso de homicídio culposo contra os produtores de Rust, incluindo Alec Baldwin e a Rust Movie Productions, LLC”, escreveram o viúvo e o advogado do mesmo.

Depois de, há um ano, no estado norte-americano do Novo México, Alec Baldwin ter disparado uma arma, durante gravações, e ter atingido fatalmente uma diretora de fotografia, o ator chegou a um acordo com a família da mesma. Sabe-se que as filmagens de 'Rust' serão retomadas e o viúvo de Halyna Hutchins, que morreu com 42 anos, será produtor com direito a parte dos lucros do filme.

“Chegámos a um acordo, sujeito à aprovação do tribunal, no nosso caso de homicídio culposo contra os produtores de 'Rust', incluindo Alec Baldwin e a Rust Movie Productions, LLC. Como parte desse acordo, o nosso caso será arquivado. As filmagens de Rust, de que agora serei produtor executivo, serão retomadas com todos os atores principais originais em janeiro de 2023", explicou o marido da vítima mortal em comunicado. "Não tenho interesse em recriminar ou atribuir culpa (aos produtores ou ao Sr. Baldwin). Todos nós acreditamos que a morte de Halyna foi um acidente terrível", avança, declarando que se sente "grato" por ter percebido que a comunidade do entretenimento se uniu "para prestar homenagem ao último trabalho de Halyna".

Tanto o advogado de Alec Baldwin, Luke Nikas, como o próprio ator, emitiram comunicados acerca do sucedido. No Instagram, Baldwin escreveu: “Temos o prazer de anunciar hoje a resolução do processo civil movido em nome da família da diretora de fotografia Halyna Hutchins. Ao longo deste difícil processo, todos mantiveram um desejo específico de fazer o que é melhor para o filho de Halyna. Somos gratos a todos que contribuíram para a resolução desta situação trágica e dolorosa”.

Importa lembrar que o processo da família Hutchins teve início em fevereiro. O viúvo Matthew Hutchins e o filho deste e de Halyna – de nacionalidade ucraniana, estudou jornalismo – acusaram Baldwin e outros membros da produção de negligência criminosa. "Eles não verificaram tudo e não cumpriram as regras de manuseio de armas reais, que tiveram consequências fatais", lê-se na acusação. Esse processo também apontava para os papéis da encarregada do arsenal do filme, Hannah Gutiérrez Reed, e o assistente de direção, David Halls, por cujas mãos passam as pistolas usadas na ficção, e, portanto, a família Hutchins considera que constituem 'peças essenciais' neste caso.

O ator, no mês passado, quando deu dar as boas-vindas ao sétimo filho com Hilaria Baldwin, lembrou a tragédia. "[…] O meu coração foi partido em mil pedaços no ano passado. E a minha vida pode nunca mais ser a mesma. Muitas mudanças a chegar. Mas a minha família manteve-me vivo. Eles [filhos] são a minha razão de viver. E a Hilaria Baldwin também", acrescentou como legenda numa publicação do Instagram.

Já no início de dezembro do ano passado, quase volvidos dois meses da tragédia, Alec Baldwin esclareceu que não premiu o gatilho da arma que matou Halyna Hutchins, diretora de fotografia, nas gravações do filme ‘Rust’. Naquela que foi a sua primeira grande entrevista após o acidente, ocorrido a 21 de outubro, o ator defendeu que “nunca apontaria uma arma a ninguém e dispararia sobre essa pessoa”. A entrevista de 80 minutos, que foi definida como “crua” e “intensa” pelo jornalista George Stephanopoulos, foi transmitida no canal norte-americano ABC News.

Na entrevista, Baldwin referiu igualmente que o incidente foi a pior coisa que lhe aconteceu na vida e que “alguém colocou uma bala verdadeira na arma, uma bala que não deveria estar no local”. "Penso no que é que eu poderia ter feito de diferente", desabafou. “[Hutchins] era amada por todos. Ainda acho difícil acreditar [que ela morreu]. Não me parece real”, desabafou o ator de 64 anos. 

O realizador Joel Souza, que também ficou ferido nas filmagens de 'Rust', revelou às autoridades que o ator estava a ensaiar uma cena em que apontava a arma para a câmara quando a disparou. Mas, para a guionista Mamie Mitchells, que já avançou com um processo em tribunal, “Alec Baldwin deveria ter presumido que a arma em questão estava carregada, até que lhe fosse demonstrado ou que ele confirmasse que não estava”. Assim, o artista não tinha, na sua perspetiva, “direito de confiar numa alegada declaração do assistente de realização de que era uma 'cold gun' [expressão utilizada para afirmar que uma arma não tem balas”.