Sentir Portugal

Um dos objetivos de médio prazo que se coloca ao país é a reconciliação de todos estes territórios com o centralismo do poder político

Por Pedro Alves, Coordenador Autárquico do PSD

O PSD prepara-se, paulatinamente, para o dia em que for chamado a desempenhar, novamente, funções governativas. Esse momento é 2026, mas pode ser antes. Como já aconteceu diversas vezes na história recente do país, o Partido Socialista deserta da governação quando as dificuldades provocadas pelas suas políticas começam a provocar demasiado dano aos portugueses.

Luís Montenegro lançou uma iniciativa inédita de imersão no território, ao passar uma semana completa num distrito, percorrendo todos os seus concelhos, e contactando com associações, agricultores, industriais, pequenas e médias empresas, lideradas por portugueses com projetos e ambição para crescer.

Esta iniciativa tem permitido conhecer o país in loco, como o governo deveria fazer, e constatar o valor que cada território tem para o todo nacional. Em terras pequenas nasce gente grande e é com todas estas pessoas, com a sua vontade de crescer, que territórios que muitas vezes estão longe das vias de comunicação, dos grandes centros urbanos, conseguem encontrar a sua especialização e serem competitivos já não à escala nacional, mas europeia.

É notável que a fruticultura de Armamar, Moimenta da Beira, Tarouca e Lamego, tenha assumido uma notoriedade europeia ao mesmo tempo que se afirmou em Portugal. Ou como sucedeu no Douro, região com notoriedade europeia, em que tantas vezes os seus autarcas lamentam que o Governo não compreenda as idiossincrasias desta região.

Os agentes económicos e turísticos do interior do país sabem que estas regiões têm hoje uma projeção internacional e uma atratividade, pela sua preservação urbanística e paisagem natural, a par da modernização infraestrutural desenvolvida pelos nossos autarcas ao longo dos anos. Falta, uma vez mais, que o Governo aposte na promoção internacional destes territórios, diversificando a aposta que faz com Lisboa, Porto e Algarve.

A verdade é que o país tem conhecido melhores autarcas do que governantes, algo que é verificável por um conjunto de indicadores, que vão do bem-estar económico e social às contas dos próprios municípios, geralmente mais equilibradas do que as nacionais.

Esta agenda do líder da oposição tem permitido também constatar que o Governo usa estes territórios como palco de campanha eleitoral e promessas vãs. É risível que na recente visita ao distrito de Viseu tenha sido possível encontrar placas colocadas há três, cinco, sete, doze anos, a anunciar obra e investimento público, sem que se tenha concretizado um metro de obra. Esta presença constante e sistemática do PSD no território servirá também para denunciar toda a demagogia que os governos do Partido Socialista aqui têm feito. 

Um dos objetivos de médio prazo que se coloca ao país é a reconciliação de todos estes territórios com o centralismo do poder político. A imersão de Luís Montenegro em todo o território nacional, que em outubro passará pelo distrito de Évora, contribuirá certamente para que o próximo ciclo de governação do PSD, para além de trazer prosperidade e crescimento ao país, possa também torná-lo mais coeso.