A concelhia de Lisboa do PSD vai a votos para eleger o seu novo presidente e ambos os lados da contenda contam com pesos pesados do partido a apoiar os respetivos candidatos.
De um lado, está o incumbente Luís Newton, que se recandidata ao lugar que conquistou em julho de 2020, com 71% dos votos. No seu canto estão pesos-pesados do partido, como o ex-presidente da Câmara Carmona Rodrigues e o antigo autarca de Sintra Fernando Seara. Também Luís Mira Amaral, antigo ministro dos Governos de Cavaco Silva, está ao lado de Newton, bem como a histórica militante Virgínia Estorninho.
Do outro lado da ‘barricada’ está Alexandre Simões, que se candidata à concelhia lisboeta para, «de forma categórica, afirmar apoio» ao presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que apoiou fortemente nas eleições autárquicas de 2021.
Simões considera existir uma «necessidade de corrigir o caminho» seguido pela direção de Luís Newton, que considera estar «fechada sobre si própria» e que acusa de ser «pouco leal aos projetos do partido».
«O que me levou a tomar a decisão de candidatura foi uma linha vermelha que foi ultrapassada e que não deve ficar sem resposta», disse Alexandre Simões, que conta com o apoio da antiga dirigente social-democrata Manuela Ferreira Leite, bem como de Ricardo Mexia, presidente da Junta de Freguesia do Lumiar e diretor da campanha que levou Moedas à Câmara Municipal de Lisboa.
A ‘linha vermelha’ de que fala refere-se ao apoio de Luís Newton ao chumbo, junto do PS, da proposta de orçamento de Carlos Moedas na Assembleia Municipal de Lisboa, em julho.
Alexandre Simões – que conta também com o apoio da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, e do ex-deputado e advogado António Pinheiro Torres – quer uma «aliança tácita ou expressa com o PS para permitir que o PSD cumpra a sua missão de, em Lisboa, desempenhar um papel decisivo, não apenas para que o engenheiro Carlos Moedas tenha maioria absoluta, mas também para que o PSD» tenha sucesso a nível nacional, conforme garantiu, citado pela Lusa.
Isto porque, argumentou, o facto de existir uma minoria governativa social-democrata na Câmara «implica uma responsabilidade acrescida dos dirigentes da concelhia» lisboeta. Por isso, é necessário «abrir o partido» a militantes que «participem democraticamente», estando também «disponível para acolher aquilo que a sociedade civil pretender».
Newton e o ‘trabalho feito’
Luís Newton, também presidente da Junta de Freguesia da Estrela, no entanto, segue «com a consciência do trabalho feito», utilizando o lema ‘Continuar Lisboa’.
É sob esta bandeira que Newton se propõe «continuar a planear, a trabalhar, a envolver todos os militantes, a chamar novos companheiros para esta jornada». Palavras proferidas na apresentação da sua candidatura, que conta também com o apoio, entre outros, de Eduardo Correia, CEO do Taguspark, de Fernando Seara, antigo president de Sintra e candidato social-democrata à Câmara Municipal de Odivelas nas autárquicas de 2021 e da eurodeputada do PSD e presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, a antiga ministra Maria da Graça Carvalho.
«O PSD foi a solução em que Lisboa acreditou e temos de continuar a fazer por merecer essa confiança, no trabalho diário por uma cidade melhor», argumentou Luís Newton, afirmando ser necessário «continuar a aprofundar a reforma administrativa da cidade de Lisboa, reforçando a capacidade de intervenção e serviço público». Para isso, no entanto, também se tem de «pensar e aprender com os desafios que são colocados dentro da própria estrutura do partido em Lisboa, potenciando o modelo de núcleos que nos levará a recuperar a tradição das antigas secções».
A votação para a concelhia do PSD de Lisboa decorre neste sábado, dia 11, na escola Manuel da Maia, em Campo de Ourique, entre as 10h00 e as 20h00.