O antigo padre da Diocese de Vila Real Heitor Nunes, que foi alvo de uma investigação por abuso sexual de menores em 2015, pediu ao tribunal para ter a partilha da guarda da filha que teve com uma mulher que o acusa de abuso sexual, quando era menor.
Depois de abandonar o sacerdócio, na sequência de um processo canónico de que foi alvo, o pároco pediu ao tribunal uma alteração de responsabilidade parental, de modo a conseguir passar mais tempo com a criança, que tem agora nove anos, avançou o Observador.
A mãe da criança, que não aceitou o pedido da partilha da guarda, requereu, junto do tribunal, uma medida cautelar, para inibir as responsabilidades parentais ao ex-padre, e uma perícia psicológica e psiquiátrica à personalidade dele. A mulher pondera ainda avançar com uma queixa por abuso sexual, mesmo que o crime já tenha prescrito.
De acordo com a queixosa, o padre abordou-a por mensagens de telemóvel quando esta tinha 12 anos, sendo, a partir daí, recorrentes os contactos entre os dois, depois quando esta tinha 14 anos e o pároco 34 aconteceu o primeiro beijo.
A relação física entre os dois evoluiu e a mulher te-se-á tornado catequista numa das paróquias da diocese atribuida a Heitor Nunes, sendo que, aos 23 anos acabou por engravidar.
Este não é, contudo, o único caso suspeito na vida do padre, que, em 2015, foi investigado na sequência de uma queixa anónima a dar conta de que este teria engravidado uma raparga menor de idade.
Nessa altura, esta mulher, mãe da sua filha, já era maior de idade e a criança tinha um ano, pelo que se suspeitou que fosse outro caso.
Quando foi inquirido, Heitor Nunes negou tudo, afirmando que nunca se tinha envolvido com uma menor.
Neste momento, o ex-padre trabalha como diretor técnico do lar 'Associação Paz e Amizade'.