João Costa, ministro da Educação, disse esta sexta-feira que é "tão grave a violência e a agressão" nas escolas como "utilizar os casos de agressão e violência para fomentar discursos de ódio, fomentar os 'nós vs eles', fomentar a ideia generalizada que vivemos num país onde estamos todos em guerra uns com os outros, onde as escolas são inseguras".
As declarações foram feitas no debate sobre política setorial que está a decorrer no parlamento, na sequência da interpelação do deputado do Chega André Ventura.
O ministro condenou as agressões a professores e considerou que "todos os atos de violência são injustificados e por isso é preciso agir".
"Apesar de cada caso ser gravíssimo – e que fique muito claro cada caso é gravíssimo – felizmente a violência em contexto escolar tem vindo a decrescer muito nos últimos anos", sublinhou.
Devido aos burburinhos na sala, Adão e Silva viu-se obrigadado a pedir "serenidade" aos deputados.
"Não iludamos e não criemos falsos dados quando eles não existem porque aquilo que nos interessa mesmo é trabalhar nas medidas que temos com a escola segura, com o programa escola sem bullying sem violência, numa área especifica do currículo que os senhores tanto repudiam que é a cidadania para fomentar ambientes saudáveis nas escolas", disse ainda.
De acordo com João Costa, o Ministério da Educação, em articulação com outras áreas de governação, age para responder aos problemas de violência, sublinhado que "a escola segura existe, é eficaz" e que é disponibilizado "o apoio aos professores que infelizmente sofrem este tipo de agressões".
"No registo de ocorrências da plataforma da segurança escolar, passamos de 1.263 ocorrências em 2019/2020 para 698 no ano letivo passado", rematou.