Kiev, capital da Ucrânia, foi mais uma vez bombardeada, esta segunda-feira de manhã, por drones iranianos, acusou o Governo ucraniano. Foram ouvidas, pelo menos, três explosões. Estes ataques acontecem exatamente uma semana depois da vaga de ataques russos contra Kiev.
As explosões aconteceram entre as 6h35 e as 6h58 (4h35 e 4h58 em Lisboa), tendo o primeiro ataque sido antecedido por um soar de sirenes de ataque aéreo, segundo apurou a agência France-Presse.
Quase uma hora depois, o autarca de Kiev anunciou que várias explosões tinham atingido o bairro de Shevchenkiv, no centro da capital, e pediu aos cidadãos, tal como as restantes autoridades ucranianas, que se mantenham a salvo até que as sirenes de ataque aéreo parem de soar ou que recorram aos abrigos.
Segundo o chefe de gabinete da presidência da Ucrânia, as explosões devem-se a “ataques de drones ‘kamikaze’” de origem iraniana.
"Os russos acham que [este ataque] vai ajudá-los, mas mostra o seu desespero", disse Andrey Yermak, na rede social Telegram.
Yermak também confirmou que as explosões provocaram um incêndio num edifício não residencial e danos em vários prédios de apartamentos. Quanto ao número de possíveis vítimas, ainda estão a ser recolhidas informações pelas autoridades ucranianas.
Depois dos primeiros ataques, um jornalista da agência France-Presse viu um drone a cair sobre um prédio, enquanto dois agentes policiais o tentavam abater com as suas armas de serviço.
Note-se que, na passada sexta-feira, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, disse que as Forças Armadas russas têm atualmente "cerca de 300 unidades" de drones de combate fornecidos pelo Irão.
De acordo com Oleksii Reznikov, citado pela agência de notícias UNIAN, as autoridades russas estiveram no Teerão, capital do Irão, para comprar mais alguns milhares desses aparelhos aéreos não tripulados.
Desde agosto que as autoridades ucranianas acusam o Irão de fornecer os chamados "drones 'kamikaze'", que chocam com os alvos, à Rússia. Ambos os países negam estar envolvidos nessa transação.
No final de setembro, a Ucrânia retirou as credenciais do embaixador iraniano em Kiev e anunciou uma redução significativa da presença diplomática iraniana.
Na passada segunda-feira, o exército russo lançou 83 mísseis sobre a Ucrânia, confirmou o Ministério da Defesa ucraniano, dois dias depois de uma explosão ter danificado uma ponte russa na Crimeia, uma infraestrutura estratégica e que liga a península à Rússia, país que anexou o território.
O ataque causou pelo menos 10 mortos e 60 feridos, incluindo cinco vítimas mortais e 51 feridos em Kiev.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na sexta-feira que não estavam previstos novos ataques "massivos" na Ucrânia.
"No imediato, não há necessidade de ataques massivos. Atualmente, existem outros objetivos. De momento. Depois veremos", declarou Putin em conferência de imprensa após uma cimeira regional no Cazaquistão, assegurando ainda que não tem por objetivo "destruir a Ucrânia".