O ministro da Economia defendeu esta quarta-feira que vai ser feito “tudo” para que o Estado possa ser reembolsado do valor injetado na Efacec, garantindo que está a trabalhar numa solução para a empresa. “Vamos fazer tudo para isso acontecer [garantia de reembolso do Estado]”, disse o ministro no Parlamento numa audição sobre o Orçamento do Estado para 2023.
Numa altura em que a Efacec volta ao início do processo de venda, o governante informou também que “alguns dos interessados são nacionais e outros são internacionais”, garantindo que o Governo pensa “que são fiáveis”. E disse que das companhias nacionais e internacionais com quem o Governo está a falar “algumas têm uma convergência estratégica com o modelo de negócio da Efacec e as suas valências”. “Se isso for conseguido, esta situação menos boa da companhia pode ser ultrapassada”. No entanto, disse: “Mas não posso dar nenhuma garantia”.
E deu números. Até ao momento, o Governo português já contribuiu com 165 milhões para manter a Efacec em funcionamento. Desse valor, 50 milhões dizem respeito ao processo de venda e 115 milhões de euros são garantias em empréstimos à banca.
Ainda assim, não garante uma solução rápida no que diz respeito ao futuro da empresa, lembrando que “a Efacec é uma grande preocupação” e que tem “valências técnicas e não podemos esquecer que tem dois mil trabalhadores”.
A promessa de tentar encontrar uma solução para a empresa foi dada e deixada ainda a garantia que o Governo esteve “até à última da hora a fazer todas as diligências possíveis para a venda funcionar mas infelizmente a articulação com a Comissão Europeia impediu que isso fosse feito nesta altura”. É que, avisou, “o problema é complexo”.
Recorde-se que foi a 28 de outubro que o Governo anunciou que a venda da Efacec ao grupo DST não foi concluída por não se terem verificado “todas as condições necessárias” à concretização do acordo de alienação.
No Parlamento, o ministro da Economia informou ainda que “brevemente, o novo conselho de administração do Banco de Fomento tomará posse. Está a decorrer a transição de pastas”, garantindo que o perfil da próxima liderança está “mais ligado às empresas”.
‘Síndrome do Portugal dos Pequenitos’ Para António Costa Silva é claro: “O país não vai superar a questão do crescimento económico se não sair deste síndrome em que estamos do Portugal dos Pequeninos”, disse, destacando a importância da transformação do perfil produtivo da economia do país com a aposta na inovação e no desenvolvimento tecnológico. E acrescentou: “Sem que as pequenas [empresas] sejam médias nós não vamos sair, digamos, dos paradigmas habituais de crescimento”.
Aos deputados, o ministro da Economia alertou que o próximo ano será “muito difícil”, ainda que exista “alguma resiliência na indústria e no sistema produtivo português”, face à provável recessão económica na Alemanha. “A indústria química alemã é um dos pulmões da indústria mundial, […] produz uma série de componentes que alimentam múltiplas indústrias e, se entrar em colapso, […] podemos também ter problemas no funcionamento de cadeias logísticas”, disse.