O ministro da Administração Interna garantiu que o próximo Orçamento do Estado (OE 2023) contempla o “maior aumento” salarial da última década, para as forças de segurança, considerando esse facto “inquestionável”. De acordo José Luís Carneiro, “haverá matérias que são relativas a esta proposta de OE, há outras que não, agora há algo que é inquestionável, que estamos a falar do maior aumento salarial da última década para as forças de segurança, esta verdade não pode ser questionada”, disse o ministro a jornalistas, em Campo Maior, à margem da cerimónia militar do Dia do Comando Territorial de Portalegre da GNR.
Na quarta-feira, a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) tinha-se oposto aos “pequenos aumentos” que voltaram agora ser apresentados, defendendo que um polícia em início de carreira deve ganhar “no mínimo mil euros”. No entanto, o governante ontem voltou a recordar que já foram apresentadas as propostas contidas no próximo Orçamento do Estado e que os sindicatos tinham de ficado em apresentar as suas próprias “propostas, recomendações e sugestões”, o que deverá decorrer na quarta-feira, numa nova ronda negocial.
“Há matérias que foram colocadas nessa negociação que não são do âmbito da proposta do OE, são, digamos, de outras áreas de negociação e sobre as quais mostramos abertura para podermos retomar esse diálogo”, disse José Luís Carneiro, referindo que uma das propostas está relacionada com os suplementos remuneratórios.
O ministro explicou ainda que havia uma matéria a discutir relacionada com as ajudas de custo, uma situação que está a ser também nesta altura avaliada. “Ficámos também de avaliar com as finanças e a administração pública se essas preocupações com a uniformização das ajudas de custo é possível ser realizada em sede deste OE ou, eventualmente, trabalhando na proposta, para um próximo OE”, acrescentou, mencionando ainda que está também em avaliação a questão da uniformização do pagamento do subsídio de refeição.
“Como é evidente esta é uma matéria de natureza interministerial, o diálogo [com sindicatos], devo dizer, que foi um diálogo construtivo porque foi são, foi um diálogo aberto, franco, leal e, portanto, quando cada um conhece as posições que os outros têm, depois é possível verificar quais são os denominadores comuns em que podem trabalhar”, disse.
A proposta do MAI, aponta que os agentes da PSP e guardas da GNR em início de carreira e com salários brutos até aos 1163 euros tenham aumentos no próximo ano que variam entre os 90 e os 107 euros, enquanto os sargentos da GNR e chefes da PSP, assim como os oficiais das duas forças de segurança, terão aumentos de 52,11 euros em salários brutos até 2.570,82 euros e de 2% nos salários acima desse valor, além do acréscimo do suplemento por serviço e risco, que é pago consoante o vencimento base.