IGAI abre inquérito a publicações de militares da GNR e agentes da PSP nas redes sociais

Ministro considera que mensagens são de “extrema gravidade e justificam o caráter prioritário do inquérito”

A Inspeção-Geral da Administração Interna vai abrir um inquérito sobre publicações de teor discriminatório e incitadoras ao ódio que agentes das forças de segurança alegadamente publicaram nas redes sociais.

O ministro da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) "a abertura de inquérito, imediato, para apuramento da veracidade dos indícios contidos nas notícias de hoje sobre a alegada publicação, por agentes das forças de segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório, incitadoras de ódio e violência contra determinadas pessoas", lê-se numa nota do gabinete de José Luís Carneiro.

O ministro considera que "estas alegadas mensagens, que incluem juízos ofensivos da honra ou consideração de determinadas pessoas, são de extrema gravidade e justificam o caráter prioritário do inquérito agora determinado à IGAI".

A notícia foi avançada por um consórcio de jornalistas, da SIC, do Setenta e Quatro, do Expresso e do Público, que, numa reportagem, dava conta de que elementos das forças de segurança, PSP e GNR, publicaram nos últimos anos várias mensagens com teor proibido pelos regulamentos internos, mas também pela própria lei.

"Procura-se sniper com experiência em ministros e presidentes, políticos corruptos e gestores danosos", lê-se numa das mensagens, que terá sido partilhada, a acompanhar uma imagem do cano de uma espingarda, por um militar da GNR de Vendas Novas.

"Enquanto não limparem um ou dois políticos, não fazem nada…", terá sugerido um militar da GNR de Setúbal no grupo fechado Colegas GNR.

Segundo a investigação dos jornalistas, todos os agentes e militares visados na reportagem estão no ativo.