O presidente do Chega acusa o Governo de ter uma "atitude persecutória" e de "humilhação" dos agentes das forças de segurança, na sequência das publicações consideradas racistas alegadamente publicadas por elementos das autoridades nas redes sociais.
{relacionados}
"O Chega é frontalmente contra, conforme os seus estatutos deixam claro, quaisquer práticas de racismo, xenofobia ou discriminação", começou por dizer, esta quinta-feira, numa declaração à imprensa na Assembleia da República, em Lisboa.
No entanto, André Ventura mostrou estar contra está contra a decisão do Ministério da Administração Interna de abrir um inquérito e considera que a resposta do Governo ao caso é "persecutória sobre as forças policiais" e pretende "espezinhar toda uma classe com base em participações em grupos privados".
"Pior, fá-lo procurando associar estas práticas a um determinado partido, que é o Chega", afirmou Ventura, acrescentando que recebeu “informações de que já estão a ser questionados polícias nas suas respetivas esquadras sobre comportamentos e aproximações ao Chega e à sua militância. E isto é gravíssimo".
Para o líder do Chega, trata-se uma "amostra muito insignificante" dos elementos da PSP e da GNR e as publicações dizem respeito a “estados de alma”.
Esclareceu também que não vai colaborar com o Governo e "dizer se os polícias são ou não próximos do Chega, se as suas famílias são ou não próximas do Chega e se eles são ou não militantes do Chega".
Ventura fez ainda saber que o partido vai expor o caso à Comissão Europeia, para "denunciar o clima de intimidação à polícia e de humilhação à polícia que algumas entidades estão a levar a cabo, sobretudo o Ministério da Administração Interna e o ministro da Administração Interna".
Sublinhe-se que o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) "a abertura de inquérito, imediato, para apuramento da veracidade dos indícios contidos nas notícias de hoje [quinta-feira] sobre a alegada publicação, por agentes das forças de segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório, incitadoras de ódio e violência contra determinadas pessoas".