A intuição da ilha – Os dias de José Saramago em Lanzarote
Pilar del Rio €19,90
Porto Editora
Em junho de 1986, enquanto escrevia A Jangada de Pedra, José Saramago recebeu a visita de uma jornalista espanhola que tinha lido O Ano da Morte de Ricardo Reis e ficado deslumbrada. Dois meses depois, o escritor visitava-a em Sevilha. Casaram-se em 1988 e em 93 mudaram-se para a ilha vulcânica de Lanzarote, nas Canárias, onde começariam uma nova vida. «Lanzarote apareceu quando eu mais precisava de um lugar assim», diria o escritor. É desses anos entre 1993 e a morte de Saramago em 2010, incluindo a atribuição do Nobel da literatura em 1998, que Pilar del Río nos fala em A Intuição da Ilha. Além do dia a dia, dos passeios e dos afetos, relata os encontros com amigos tão notáveis como Carlos Fuentes, Sebastião Salgado, Bernardo Bertolucci, Susan Sontag ou Mario Vargas Llosa.
As sete vidas de José Saramago
Miguel Real e Filomena Oliveira €24,95
Companhia das Letras
Como pode alguém que nem os estudos secundários pôde completar, que recebeu o primeiro livro aos 14 anos e se formou em Serralharia Mecânica, tornar-se um dos maiores escritores do século XX? Este é o mistério que As Sete Vidas de José Saramago se propõe resolver. Já descrito como uma «biografia íntima», traça o percurso do autor desde a infância pobre na Azinhaga, quando pensava chamar-se apenas José de Sousa (o apelido Saramago, alcunha familiar, foi uma ‘criação’ de um funcionário do Registo Civil), até à consagração em Estocolmo. O fracasso do primeiro romance, agora reeditado com o título original, A Viúva, e o episódio dos saneamentos no Diário de Notícias não foram deixados de fora.
Saramago – os seus nomes
Alejandro Gracía Schnetzer e Ricardo Vidal (eds.) €40
Porto Editora
Os lugares por onde andou, os escritores que leu e admirou, as personagens ‘de papel’ dos seus livros e as de carne e osso, da vida real. Tudo isso desagua nas páginas deste imponente álbum biográfico, que propõe, através de colagens de citações e de imagens, não apenas um retrato de Saramago na primeira pessoa mas, mais do que isso, uma ambiciosa reconstituição do seu universo.
Por Saramago
Anabela Mota Ribeiro €19,90
Temas e Debates/ Círculo de Leitores
Lançado por ocasião dos 20 anos da atribuição do Nobel, reúne duas entrevistas a Saramago, uma a Pilar del Río e uma reportagem na casa de Lanzarote. Porque escrevia Saramago? Como escrevia? E para quê? Estas são algumas das perguntas colocadas pela jornalista. «Já que temos que morrer, que alguma coisa fique», responde o autor no final de uma das conversas. «Não é imortalidade – isso seria um disparate; é um reconhecimento por algum tempo mais». Ao texto juntam-se magníficas fotografias a preto e branco de Estelle Valente.
José Saramago nas suas palavras
Fernando Gómez Aguilera (edição e seleção) €25
Porto Editora
Um trabalho monumental de pesquisa, seleção, compilação e organização das palavras de Saramago. Aqui encontramos, além da inevitável literatura, pensamentos, opiniões, reminiscências, observações e relatos de momentos decisivos da vida do autor contados pelo próprio.
Viagem a Portugal
José Saramago
Edição comemorativa com fotografias de José Saramago e Duarte Belo €40
Porto Editora e Círculo de Leitores
Saramago vincava sempre a sua ‘portugalidade’, mesmo se as relações com o país não foram sempre harmoniosas. «Esquecer esta terra seria o mesmo que esquecer o meu próprio sangue, e isso não se pode», disse a Alexandra Lucas Coelho. Este guia sumptuoso, que conhece aqui uma edição encorpada, mostra o conhecimento profundo, enciclopédico, esmagador, que o escritor adquiriu do território nacional. Com as suas observações finas e um amor intenso pela terra, não poderíamos desejar melhor cicerone para nos mostrar o país em toda a sua dimensão.
Poesia completa
José Saramago
Assírio & Alvim
«O poema é um cubo de granito, Mal talhado, rugoso, devorante…». Não é a sua faceta mais valorizada, e decerto não atinge o fulgor dos seus melhores romances. Talvez por isso tenha Saramago chamado Poemas Possíveis ao seu livro de estreia neste género. Em todo o caso, vale a pena conhecer esta dimensão (a que se juntaria ainda a de tradutor) que se percebe ter contribuído decisivamente para a formação do escritor, sendo revelador, por exemplo, o equilíbrio que procura entre a tradição e o modernismo. E depois, claro, há rimas e poemas que merecem ser conhecidos não pelo que revelam ou indiciam, mas pelo seu valor intrínseco.
A viagem do elefante
José Saramago, design e ilustrações de Manuel Estrada €25,50
Porto Editora
Numa montra da abadia Beneditina de Kremsmünster, na Áustria, exibe-se um pequeno banco feito de ossos que outrora pertenceram a Salomão, o primeiro elefante a chegar com vida a Viena. Nascido em 1540 e trazido de Goa para Lisboa, Solimão foi oferecido por D. João III ao imperador Maximiliano II em 1551 como presente de casamento. Neste seu último romance, Saramago recriou, com liberdade e requintes de imaginação, a travessia europeia do paquiderme desde a capital portuguesa e as desventuras do seu cornaca, ou tratador.