A eurodeputada e vice-presidente do Parlamento Europeu (PE), Eva Kaili, foi detida, esta sexta-feira à noite, pelas autoridades belgas, por suspeitas de corrupção que envolve o Qatar – país que acolheu o Mundial de Futebol.
De acordo com a agência France-Presse, Eva Kaili, que ocupa uma das 14 vice-presidências do PE, e foi detida ao final do dia na sequência da investigação sobre um alegado lóbi ilegal do Catar para influenciar decisões políticas no Parlamento Europeu.
Também hoje, no âmbito da mesma investigação, já tinha sido noticiado que foram detidos quatro italianos, incluindo um ex-deputado de esquerda e o atual chefe da Confederação Europeia de Sindicatos (CES).
A casa de Kaili terá sido alvo de buscas pelas autoridades, noticiaram os jornais "Le Soir" e "Knack".
A responsável, recentemente, defendeu que o Qatar era um "pioneiro nos direitos dos trabalhadores", após uma reunião com o ministro do Trabalho daquele país.
A polícia de Bruxelas realizou 16 buscas domiciliárias e efetuou as detenções, entre as quais o companheiro de Kaili, atual colaborador ligado ao grupo dos Socialistas e Sociais Democratas no PE, adiantaram as mesmas fontes.
Segundo dizem as autoridades belgas, citada pela imprensa local, em causa está uma investigação que decorre há já vários meses, com suspeitas de que o Qatar possa estar a "influenciar decisões económicas e políticas no Parlamento Europeu".
De acordo com o jornal belga Le Soir, também o antigo deputado de esquerda Antonio Panzeri, de 67 anos, e o secretário-geral da Confederação Internacional de Sindicatos (CIS), Luca Visentini, de 53 anos, estão entre as pessoas detidas em Bruxelas.