André Silva, antigo deputado e porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), adotou uma cadela, Conchita, que foi devolver no dia seguinte à associação Chão dos Bichos. «Numa visita à Chão dos Bichos, André Silva adotou uma cadela, de nome Conchita, que veio a devolver toda mordida e em mau estado à Associação sem sequer ter assegurado uma família de acolhimento para ficar com a cadela», contou uma fonte ao Nascer do SOL, denunciando a alegada situação.
O Nascer do SOL contactou André Silva e a Chão dos Bichos mas, até à hora de fecho desta edição, não obteve qualquer resposta.
No entanto, conseguiu falar com outra fonte, que tem conhecimento do caso e que detalhou alguns daqueles que terão sido os pormenores da adoção e devolução áquela Associação de Loures. «É verdade que ele adotou a cadela. Tinha, na altura, outro cão, que era o Nilo, e ele não largava a Conchita. Ela não podia fazer nada. Acho que não era num sentido agressivo, mas ele achou que a cadela não se adequava ao ambiente que ele tinha em casa», contou esta fonte, acrescentando: «As energias dos cães não se encaixavam. Por isso, logo no dia seguinte, falou com a presidente da associação e chegaram à conclusão de que seria melhor a Conchita voltar para lá. Ele disse que, mais tarde, iria lá adotar outro animal, mas isso não chegou a acontecer. Tenho a certeza de que a cadela esteve com ele só com uma noite e que a presidente da associação tem conhecimento de tudo».
«Não é verdade que a cadela tenha fugido de casa dele, porque esteve só uma noite em casa dele», salienta a mesma fonte, desmentindo informações que apontavam para outras ocorrências. «Se ele poderia ter tido mais paciência?_Claro, mas o cão dele era muito jovem, devia ter uns dois anos, e ficava muito nervoso quando via outros cães. Agora, os factos são factos», conclui, não entendendo o motivo pelo qual o antigo dirigente não terá esperado mais tempo para perceber se Conchita se adaptaria a Nilo progressivamente.
André Silva deixou a liderança do PAN_em março de 2021, divulgando a carta que enviou aos militantes no Facebook. Na hora da despedida, André Silva explicava que chegara a hora de mudar. «Tendo sido pai há 5 meses, considero que devo apanhar o comboio da paternidade para materializar valores que considero essenciais nas esferas privada e pública. Além de pretender equilibrar a minha vida pessoal e familiar com a vida profissional, carrego a forte convicção de que numa democracia saudável as pessoas não devem eternizar-se nos cargos, devendo dar oportunidade a outras (…) A minha saída não abala a confiança que tenho no PAN enquanto colectivo partidário, nem deve abalar a vossa!».
O PAN reagiu também na rede social Facebook, com muitos elogios ao seu ex-líder e ex-deputado: «No PAN, a nossa vida e o nosso quotidiano contaram durante 7 anos com o nosso André Silva, um porta-voz digno, convicto, compassivo, emocional e emocionante, inspirador e determinado nas suas visões. Uma pessoa que soube, ao lado e a par do trabalho das pessoas filiadas e estruturas do partido, colocar na agenda política assuntos até então completamente ignorados pelos outros partidos».