A Assembleia de Representantes da Ordem dos Médicos chumbou, esta segunda-feira, a criação da nova especialidade de Medicina de Urgência.
Cinquenta e seis antigos e atuais diretores de serviços de urgência haviam dito, na semana passada, num manifesto, que é indispensável a criação da especialidade tendo em consideração as "enormes insuficiências" da rede hospitalar.
"Numa altura em que é bem claro para a classe médica, bem como para os cidadãos, a existência de enormes insuficiências na entrega de cuidados de urgência na nossa rede hospitalar, torna-se indispensável dar este passo real na prossecução da melhoria desses cuidados", refere o documento.
Ainda assim, para a presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), Lélita Santos, a criação da nova especialidade é considerada inoportuna. Em declarações à agência Lusa, a responsável afirmou que, "neste momento, não é oportuno [a criação da nova especialidade] e que há outras alterações e medidas estruturais que devem ser tomadas antes de se analisar a necessidade dessa especialidade".
"Para já, não concordamos e até nos opomos à criação da nova especialidade. Achamos que primeiro temos de organizar ou reorganizar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", disse a médica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.