Rendimento da atividade agrícola deverá decrescer 11,8% em 2022

Uma situação que “não ocorria desde 2011”, diz o INE.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) prevê que o rendimento da atividade agrícola, em termos reais, por unidade de trabalho ano, registe uma quebra acentuada de 11,8%, “situação que não ocorria desde 2011”.

Segundo o gabinete de estatística, para estes números “foi determinante” o decréscimo do Valor Acrescentado Bruto (VAB) (-10,7%). “Note-se que, em 2022, terá persistido e mesmo agravado o diferencial positivo de crescimento entre os preços de produtos de consumo intermédio e os preços da produção”, diz ainda o INE, acrescentando que, por um lado “a atividade agrícola enfrentou dificuldades excecionais ao nível climático (o ano mais quente desde 1931)” e que, por outro, “em consequência do contexto internacional da guerra na Ucrânia, assistiu-se a aumentos pronunciados dos preços (com destaque para os cereais, energia e outros produtos utilizados na atividade agrícola)”.

Em números, o INE detalha que as exportações de produtos agrícolas, de janeiro a outubro deste ano, cresceram 30,5% face ao período homólogo, enquanto as exportações totais de bens aumentaram 25,2%. No mesmo período, as importações de produtos agrícolas aumentaram 32,2%, um acréscimo menos intenso que o das importações totais de bens, 35,7%.